Níger diz que ataque terrorista matou pelo menos 20 soldados e um civil

Agência Lusa , AM
26 jun, 07:38
Base aérea 101, em Niamey, Níger (Bertrand Guay/AFP/Getty Images/File)

Incidente começou por volta das 10:00 de terça-feira, quando um comboio militar que patrulhava a área foi atacado por um grupo de militantes fortemente armados

O Ministério da Defesa do Níger disse que pelo menos 20 soldados e um civil morreram num alegado ataque terrorista contra um destacamento do exército na região de Tillabéri, no noroeste do país.

De acordo com o ministério, o ataque aconteceu no departamento de Tera, perto da fronteira com o Mali e Burkina Faso, onde numerosos grupos fundamentalistas islâmicos lançam ataques frequentes contra civis e forças de segurança.

O incidente começou por volta das 10:00 de terça-feira (mesma hora em Lisboa), quando um comboio militar que patrulhava a área foi atacado por um grupo de militantes fortemente armados, que causaram ferimentos em nove militares, além das vítimas mortais.

Dois veículos foram danificados e “dezenas de terroristas foram neutralizados”, enquanto “os seus meios de transporte [foram] destruídos”, disse o ministério, que acrescentou ter enviado reforços aéreos e terrestres para perseguir os restantes atacantes que conseguiram fugir

O Governo do Níger declarou luto nacional de três dias em todo o território a partir de hoje, uma medida que inclui a colocação das bandeiras a meio haste, informou o portal de notícias Actuniger.

O ataque surgiu dias depois de o exército do Níger ter anunciado a morte de dez supostos terroristas, incluindo um líder do Estado Islâmico, e a detenção de outros 31 entre quinta-feira e sábado, também na região de Tillabéri.

Nove dos terroristas terão sido mortos durante uma missão de controlo aéreo feita no setor de Nabolé, no âmbito da operação militar "Niya", que lidera a luta contra o terrorismo na margem direita do rio Níger.

Uma patrulha militar motorizada, composta por vários veículos, encontrava-se no setor de Nabolé quando sofreu uma emboscada na noite de quinta-feira, 20 de junho, por terroristas que abriram "fogo pesado" contra os militares.

Durante uma incursão na mesma zona, na noite de 21 para 22 de junho, os militares mataram Abdoulaye Souleymane Idouwal, que o exército qualifica de "membro influente do Estado Islâmico no Grande Saara", na aldeia de Gnandawal.

O Níger, governado por uma junta militar golpista desde julho de 2023, alberga grupos fundamentalistas fiéis à Al-Qaida e ao Estado Islâmico, que fazem ataques recorrentes contra as forças de segurança e população civil.

De acordo com a organização não-governamental Armed Conflict Location And Event Data Project, que monitoriza a violência em todo o mundo, entre maio de 2023 e maio de 2024, 1.460 pessoas foram mortas no Níger em eventos violentos por grupos não estatais e 997 por forças estatais.

O Níger é um dos países mais pobres de África e ocupa o 189.º lugar (entre 195) no Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, que estima que 91% da sua população é pobre.

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