Elisabete Jacinto: «A minha classificação soa-me a vitória»

18 jan 2004, 19:47

Portuguesa foi a segunda mulher a terminar o Rali Dakar em camião Portuguesa foi a segunda mulher a terminar o Rali Dakar em camião e conta como foi duro atingir a meta.

Elisabete Jacinto conseguiu este domingo terminar o Rali Dakar, ao volante de um camião Renault. Depois da tentativa falhada em 2003, a portuguesa conseguiu o seu objectivo na 26ª edição da prova, cortando a meta no 25º lugar. Só este ano é que equipas com mulheres ao volante conseguiram terminar a prova, Elisabete Jacinto tornou-se na segunda mulher a consegui-lo pois à sua frente, na 20ª posição, ficou a francesa Aline Rambeau (Mercedes).

Foram muitos os contratempos que Elisabete Jacinto teve de ultrapassar nas dezassete etapas e, apesar da inexperiência, que considera ter sido nefasta, o 25º lugar soube-lhe a vitória. «Tinha uma equipa muito pouco competitiva. Para os meus amigos o relógio não interessava, nunca tinham pressa e isso não me ajudou nada. Estou muito contente por ter chegado ao fim, a minha classificação soa-me a vitória, face à minha pouca experiência com camiões», confessou a portuguesa.

A experiência que tem das corridas que fez em motos não serviu de muito. Elisabete Jacinto estava habituada a fazer tudo sozinha, mas este ano percebeu que para conduzir um camião é preciso outra atitude. «Há uma atitude a ter na prova de camião que é diferente na moto. Noutros anos, muitas pessoas ajudaram-me a tirar a moto quando estava enterrada e, este ano, encontrei essas pessoas enterradas na areia a pedirem-me ajuda. Tive de ajudar, não pude passar sem o fazer», desabafou a piloto.

A juntar às inúmeras paragens forçadas para ajudar e às outras em que o seu camião ficou atolado, a portuguesa apontou as circunstâncias em que o rali se desenrolou este ano. «Este ano, o rali foi particularmente duro, longo, lento, com etapas dificílimas. Choveu imenso e o deserto estava cheio de erva, o que o nos obrigou a andar aos esses», contou.

Para Elisabete Jacinto foi uma experiência inesquecível, o balanço é positivo, mas no próximo ano a portuguesa quer repetir a prova para conseguir algo que tem a certeza que vai conseguir: «Tenho muito a amadurecer em matéria de condução, tenho de aprender mais. Vou voltar para o ano, vou fazer melhor, porque sei que consigo fazer melhores resultados com este camião. Neste rali senti que tenho uma boa resistência física, tenho capacidade para passar horas e horas a fio a conduzir. Preciso de uma equipa boa comigo e de um camião bom como este.»

Leia ainda:

Mais Lidas

Patrocinados