Filipe Gaidão já está em casa: «Já consigo andar sozinho»

4 set 2003, 16:41

Hoquista do F.C. Porto deixou hospital e está optimista quanto ao regresso à competição Depois do grave acidente na piscina, Filipe Gaidão deixou o hospital e vai começar agora a recuperação.

Filipe Gaidão, internacional de hóquei do F.C. Porto, já está em casa, pronto para dar início a uma longa recuperação que lhe permita regressar aos ringues com a camisola do F.C. Porto e da selecção. O jogador sofreu um grave acidente numa piscina, depois de trocar a Luz pelas Antas, e chegou a temer-se o pior quanto às suas capacidades de locomoção. A poucas semanas do início do Campeonato do Mundo, que vai decorrer em Oliveira de Azeméis, Filipe Gaidão, feliz com o regresso a casa, fez à Maisfutebol Rádio um ponto da situação.

«Agora estou a recuperar. Já consigo andar sozinho, já mexo melhor os braços, mas ainda sinto falta de coordenação dos braços e falta de sensibilidade nas mãos e noutras partes do corpo. É muito melhor estar em casa do que no hospital, apesar de ter sido muito bem tratado. Agora estou em Cascais, mas na segunda-feira vou começar a recuperação na clínica do doutro Mário Bessa, no Porto. A recuperação vai ser acompanhada por Tó Sousa, médico do hóquei do FCP», contou o jogador, de 26 anos.

Filipe Gaidão não tem ainda perspectivas quanto a uma data para o regresso à competição mas, neste momento, tem outras prioridades. «Os médicos ainda não sabem, isto agora é até ao edema desinchar, mas ainda não há previsões. Vou recuperar ainda os movimentos, só depois vou pensar em calçar os patins. Primeiro ainda quero recuperar como pessoa, depois vou pensar no hóquei, mas acho que isso, em princípio, vou conseguir. O tempo o dirá», explicou.

Filipe Gaidão sofreu uma grave lesão na medula depois de um infeliz mergulho na piscina na casa do sogro. Uma situação que o jogador descreve como «muito complicada» e «um grande susto» que o impedem, para já, de estar presente no Mundial que começa a 27 de Setembro em Oliveira de Azeméis. «Apetecia-me imenso estar lá, ainda por cima sendo em Portugal. Agora estou de fora, mas na semana do Mundial vou lá para estar com eles todos os dias e vou apoiá-los por fora. Confio inteiramente neles», contou Filipe.

O internacional português destacou ainda a importância do «incansável» apoio do F.C. Porto, o seu novo clube, em todo o processo. «Incansáveis. Têm sido do melhor que há. Só demonstraram o que é o clube, melhor não podia ter sido. Desde o presidente da secção do hóquei, Emídio Pinto, a todos os médicos. O próprio Pinto da Costa foi-me visitar ao hospital e tem-me ligado todos os dias. Foram todos impecáveis», referiu.

Quanto ao Benfica, clube onde cresceu, Filipe só lamenta o silêncio do presidente Manuel Vilarinho. «Nem tudo o que se disse nos jornais corresponde à verdade. Da parte do Benfica, só fiquei triste por Manuel Vilarinho não ter dito nada, nem um telefonema. De resto telefonou-se o Luís Filipe Vieira, o Seara Cardoso e, claro, o presidente da secção do hóquei, o senhor Carlos Franco, que esteve lá várias vezes no hospital. Os jogadores também me foram visitar», explicou.

Já em casa, em Cascais, Filipe Gaidão não escondeu as saudades dos patins e espera poder voltar a jogar o mais rápido possível. «É isso que eu quero, estou com vontade. É uma questão de espera. Estou motivado, estou a trabalhar para isso. Espero voltar o mais rápido possível», referiu.

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