Queixa-crime por suspeita de falsificação no Benfica

22 nov 2000, 12:17

Porfírio não reconhece assinatura em documento oficial do clube O ex-jogador do Benfica fez entrar na semana passada uma queixa-crime contra incertos. Porfírio acha que a sua assinatura foi falsificada num documento em que prescindia de prémios e ordenados.

Porfírio fez entrar na semana passada uma acção contra desconhecidos no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP). O internacional português quer ver investigada uma alegada falsificação da sua assinatura num documento apresentado pelo Benfica. 

O ex-jogador do Benfica, actualmente no Marítimo, foi confrontado, no Verão do ano passado, com um documento de quitação de verbas devidas pelo clube. Nessa folha, Porfírio aceitava prescindir de dinheiro que tinha a receber do Benfica, referente a salários e prémios. 

De acordo com a explicação avançada na altura, Porfírio teria aberto mão desses valores a troco da garantia de que Jupp Heynckes o integraria no plantel do Benfica. Acontece que o jogador afirma nunca ter assinado tal documento, não reconhecendo como sua a assinatura que surge no papel em causa. 

Para Porfírio, a assinatura não é sua, pelo que alguém a terá falsificado. O jogador quer saber quem foi. Daí a queixa ter sido colocada contra desconhecidos, muito embora na acção constem os nomes das pessoas, ligadas ao Benfica, que lhe apresentaram o documento. 

Segundo Maisfutebol apurou, pelo lado do Benfica o documento está assinado pelo anterior presidente, João Vale e Azevedo, e pelo então vice-presidente para o Futebol, José Capristano, como sucedia em diversos papéis do clube. 

Sabe-se apenas que o documento em causa não foi feito pelo departamento jurídico, que só teve conhecimento do mesmo depois de este ter sido apresentado ao futebolista. Resta saber quem o fez. E onde. Existe a hipótese de não ter sido escrito no clube. 

O DIAP vai agora abrir um processo de inquérito e deverá pedir à Polícia Judiciária que conduza a investigação. Serão analisados documentos e ouvidas testemunhas. No final desta fase saber-se-á se o caso seguirá para julgamento. 

Porfírio já não está no Benfica. Depois desse episódio, o clube atrasou-se com o pagamento de alguns salários e o jogador rescindiu. A Comissão Arbitral Paritária da Liga e do Sindicato de Jogadores (CAP) já reconheceu justa causa ao futebolista, o que lhe permitiu assinar pelo Marítimo no início desta época. 

Além da queixa no DIAP, Porfírio fez entrar na CAP um pedido de indemnização. O jogador reclama ao Benfica 407 mil contos.

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