Centeno esclarece que "não foi convidado pelo Presidente da República para chefiar o Governo"

13 nov 2023, 09:57
Mário Centeno (Lusa/Manuel de Almeida)

Governador do Banco de Portugal esclarece que não foi convidado diretamente por Marcelo e sim por António Costa, depois da conversa deste com o Presidente

Primeiro, Mário Centeno disse ao Financial Times que tinha recebido um convite para “refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo”, feito pelo Presidente da República e pelo primeiro-ministro. Depois Marcelo desmentiu que tivesse convidado "quem quer que seja" para chefiar o Governo. Agora, Centeno veio dizer que "não foi convidado pelo Senhor Presidente da República para chefiar o Governo".

Em comunicado divulgado no site do Banco de Portugal, o governador vem confirma o que o Presidente da República disse esta segunda-feira em comunicado, deixando, no entanto, uma ressalva: que houve, sim, um convite a refletir, feito pelo primeiro-ministro, na sequência das conversas com Marcelo.

"Na sequência dos eventos desencadeados com a demissão do senhor primeiro-ministro, no dia 7 de novembro, este convidou-me a refletir sobre as condições que poderiam permitir que assumisse o cargo de primeiro-ministro. O convite para essa reflexão resultou das conversas que o senhor primeiro-ministro teve com o senhor Presidente da República".

Centeno esclarece ainda que aceitou "refletir" sobre o convite "num exercício de cidadania", mas que "não foi possível dirimir neste curto espaço de tempo todas as condições de exercício" que lhe era solicitado.

"Desta forma, nunca houve uma aceitação do cargo, mas apenas uma concordância em continuar a reflexão e finalizá-la em função da decisão que o senhor Presidente da República tomaria".

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa acabou por decidir pela dissolução do Parlamento. "Em resultado desta opção, é inequívoco que o senhor Presidente da República não me convidou para chefiar o Governo", finaliza Centeno.

Leia o comunicado na íntegra

"Na sequência dos eventos desencadeados com a demissão do senhor primeiro-ministro, no dia 7 de novembro, este convidou-me a refletir sobre as condições que poderiam permitir que assumisse o cargo de primeiro-ministro. 

O convite para essa reflexão resultou das conversas que o senhor primeiro-ministro teve com o Senhor Presidente da República.

Num exercício de cidadania, aceitei refletir. 

Não foi possível dirimir neste curto espaço de tempo todas as condições de exercício do que me era solicitado. Desta forma, nunca houve uma aceitação do cargo, mas apenas uma concordância em continuar a reflexão e finalizá-la em função da decisão que o senhor Presidente da República tomaria. 

O senhor Presidente da República, depois da realização do Conselho de Estado, no dia 9 de novembro, optou pela dissolução da Assembleia da República. Em resultado desta opção, é inequívoco que o senhor Presidente da República não me convidou para chefiar o Governo."

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