A um mês do início do campeonato da equipa sub-20.
O Hajer FC, clube da I Liga da Arábia Saudita, avançou para a rescisão unilateral do contrato do treinador da equipa sub-20, o português João Prates, a um mês do início do campeonato. O vínculo expirava apenas em maio do próximo ano.
O técnico foi esta quarta-feira impedido de dar o treino agendado, e teve direito a apenas assistir ao mesmo, depois de vividos momentos de alguma tensão. A despedida dos jogadores ocorreu depois, no balneário, com lágrimas à mistura, uma «situação que surpreendeu» João Prates, uma vez que é um povo pouco dado a manifestações de emoções.
Foi já de noite que o português recebeu o documento a oficializar a rescisão, ficando agora a aguardar até ao próximo domingo por um acordo sobre os salários que reclama em atraso. O Hajer está a ser dirigido de forma interina por elementos que permaneceram de anteriores direções e anunciou há dois dias um novo técnico, o egípcio Muhammad Saeed, sem avisar João Prates do mesmo.
«Esta acaba por ser a melhor decisão para mim. É difícil trabalhar num clube que não tem um rumo, não cumpre os compromissos, e debaixo de uma pressão diária feita com segundas intenções. Fica obviamente um sabor amargo depois do que foi alcançado na última época e a tristeza por deixar um grupo de trabalho que sempre procurou dar o seu melhor. Fica o orgulho dos objetivos atingidos, uma vez que os sub-20 foram a equipa com melhores resultados dentro do clube, bem com a valorização e a subida de jogadores à equipa principal. A maior alegria é ver a marca que deixamos em pessoas que não mostram exteriormente muito as suas emoções, os laços que ficaram e as mensagens recebidas. Essa é a minha maior vitória neste país», disse o treinador ao Maisfutebol.
João Prates é mais um dos que deixam o Hajer. Todos os treinadores e diretores contratados pela anterior direção foram despedidos.
