Gil Vicente-Vizela, 1-1 (crónica)

André Cruz , Estádio Cidade de Barcelos
17 fev 2023, 22:18

Vizela cala o canto do Galo

Mais um dérbi do Minho da Liga, mais um ótimo espetáculo de futebol. Desta vez em Barcelos, Gil Vicente e Vizela protagonizaram 90 minutos de bom nível, acompanhados de ambiente caloroso de parte a parte nas bancadas. No final, nenhuma equipa sorriu e cada uma leva um ponto no bolso, depois de um empate a uma bola.

Os vizelenses dominaram a primeira parte, permitiram que o galo cantasse após o intervalo, mas na reta final trataram de o silenciar.

A equipa de Daniel Sousa - técnico que ainda não perdeu a jogar em casa - tem agora 23 pontos ao fim de 21 jogos e é 13.ª classificada, enquanto o conjunto de Tulipa segue no oitavo posto, com 26.

Baixas forçam novidades nos onzes

Sem os lesionados Kritciuk e Alipour, Daniel Sousa não fugiu às expectativas e apostou em Andrew e Boselli, além de fazer regressar Vítor de Carvalho à titularidade no meio-campo, depois de cumprir um jogo de castigo. Por outro lado, Tulipa, sem poder contar com Raphael Guzzo e Samu, o primeiro por lesão e o segundo por acumulação de amarelos, surpreendeu e fez regressar a fórmula de três centrais que já havia sido aposta em Alvalade.

Se se pudesse pensar num Vizela fragilizado por ter duas das pedras basilares de fora, a verdade é que os vizelenses foram claramente superiores na primeira parte e ao intervalo deviam a si mesmos o nulo que se registava.

O 0-0 era penalizador para a equipa de Tulipa que, sobretudo na primeira meia hora, desperdiçou várias e boas ocasiões de golo.

A dupla de centrais gilista não conseguiu lidar com a velocidade de Osmajic e as bolas em profundidade dos adversários, mas o montenegrino esteve de pontaria desafinada, além de ainda permitir que Andrew brilhasse com um par de boas defesas.

Quem também implorou por maior acerto foi Nuno Moreira, que perto da meia hora enviou a bola à trave. O extremo, à semelhança de Kiko Bondoso, aproveitou o espaço que o Gil Vicente, muito subido e a tentar colocar em prática a sua ideia de posse, deixava entre a linha média e a linha defensiva. Os vizelenses recuperaram bolas em zona adiantada, criaram perigo e também impediram que os gilistas tivessem um fio de jogo fluido e oportunidades de abrir o marcador.

FILME E FICHA DO JOGO

O registo da segunda parte começou de forma radicalmente diferente.

Logo nos instantes iniciais, Fran Navarro dispôs de um penálti após falta sobre Kanya Fujimoto na área, mas o espanhol permitiu uma enorme defesa a Buntic. Ainda não foi desta que destronou Paulo Alves e se tornou o melhor marcador dos gilistas na Liga.

A equipa de Daniel Sousa entrou com outro andamento após a conversa no balneário e aos 55m passou mesmo para a frente do marcador. Após um cruzamento de Carraça, Boselli não conseguiu cabecear, mas a bola sobrou para o remate de pé esquerdo de Vítor Carvalho, tendo ainda sofrido um desvio em Bruno Wilson que traiu Buntic.

O Gil Vicente continuou a assumir o controlo do jogo, mas, perto do último quarto de hora, começou a recuar linhas e o Vizela reencontrou o ritmo que havia imprimido no primeiro tempo.

A três minutos dos 90, os vizelenses chegaram mesmo ao empate e colocaram um tónico de justiça no resultado. Na sequência de um livre de Alex Méndez, a defesa gilista teve muitas dificuldades em aliviar e Kiki Afonso apareceu ao segundo poste para fazer o 1-1.

Até final, a equipa de Tulipa tentou forçar a reviravolta e Vítor Carvalho quase deu uma «ajuda», ao ver o segundo cartão amarelo por pontapear a bola após uma falta, numa atitude completamente incompreensível que o retira do jogo no Dragão.

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