Boavista-Desp. Chaves, 4-1 (crónica)

André Cruz , Estádio do Bessa Séc. XXI
18 set 2023, 22:17

Não, não é apenas fogo de vista

Não é apenas fogo de vista… é cada vez mais Boavistão!

Podiam existir dúvidas sobre se este arranque da equipa de Petit era apenas fruto de um fugaz bom momento, mas, após a paragem, os axadrezados deram sequência a tudo o que de bom têm feito e na cidade portuense já serão alguns aqueles que sonham com o regresso do clube aos grandes palcos.

O Boavista é primeiro classificado e não desarma. Por outro lado, o adversário desta noite parece ter pela frente uma missão espinhosa esta temporada.

O Desp. Chaves ainda não soma qualquer ponto ao fim de cinco jornadas, segura a lanterna-vermelha do campeonato e tem um registo tenebroso: quatro golos marcados e 17 (!) sofridos.

FILME DO JOGO

À entrada para esta jornada, as duas equipas já se encontravam em pólos opostos na tabela e o início do jogo espelhou isso mesmo. Nem foi preciso esperar muito para ver que esta seria uma noite de sonho para o Boavista e de pesadelo para o Desp. Chaves.

Adeptos ainda vislumbravam qual o seu lugar nas bancadas, jogadores e staff aconchegavam-se nos bancos e jornalistas ainda ligavam os computadores quando o Boavista marcou o primeiro. Com apenas 39 segundos de jogo, Tiago Morais fez o 1-0, depois de um mau passe de Hugo Souza, que deixou os jogadores axadrezados com caminho aberto para o golo.

Mas o erro do ex-Flamengo não seria o único da equipa flaviense: foram vários e custaram caro.

A equipa de José Gomes já vinha de uma série negativa e não só demonstrou toda a falta de confiança que tinha, como ainda deu energia à turma da casa.

Em cima do quinto minuto de jogo, após uma boa troca de bola da equipa de Petit, Bozeník baixou até à zona de meio-campo e lançou a velocidade de Salvador Agra, que ficou em posição legal devido ao mau posicionamento de Ygor Nogueira. Depois de correr vários metros com a bola, o extremo aumentou a vantagem.

2-0 aos cinco minutos parece-lhe surpreendente? Bem, aos 11 minutos, surgiu o 3-0. E a autoria certamente não surpreende. Bozeník, o homem-golo deste Boavistão, assinou um golaço com um remate acrobático, perante a passividade a defesa flaviense.

A apatia transmontana era evidente, enquanto a confiança boavisteira crescia a cada toque na bola. Foi nessa toada que o Boavista deu contornos de goleada ao resultado, isto quando o marcador ainda assinalava 23 minutos.

Mais uma vez, a defensiva flaviense ficou a ver jogar - completamente desorientada – e permitiu que Bozeník recebesse à vontade na área. Ora, nessa zona, o eslovaco tem-se revelado mortífero. E assim foi de novo.

Depois da turbulência inicial, o Desp. Chaves tentou sacudir a pressão, mas revelou muita incapacidade para chegar com critério ao último terço. Aliada a isso, continuou a insegurança defensiva, que foi exposta novamente em tempo de descontos, quando Bozeník quase assinou o hat trick.

José Gomes ainda mexeu antes do intervalo, retirou Steven Vitória e colocou um médio (Cafú Phete) a jogar a central, além de ter apostado na velocidade de Leandro Sanca na esquerda. Porém, as alterações só começaram a surtir efeito na segunda parte – antes disso, a caminho do túnel, o técnico voltou a ver lenços brancos.

O segundo tempo, assim como se previa, foi bastante diferente.

O Boavista optou por tirar o pé do acelerador e tentou gerir o resultado. Já o Desp. Chaves, depois da palestra ao intervalo, entrou a fazer maior pressão e até conseguiu roubar bolas em zonas adiantadas, que permitiram criar algum perigo.

Esse perigo materializou-se mesmo em golo à entrada para os últimos 20 minutos, quando Paulo Victor aproveitou um mau alívio de Bruno Lourenço e, com um remate colocado, apontou o tento de honra dos flavienses.

Se Petit, com todas as limitações que o Boavista enfrenta, vive em estado de graça, a vida de José Gomes no comando do Desp. Chaves está cada vez mais complicada. Avizinha-se chicotada?

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