Siqueira em entrevista: «Se o Benfica tivesse feito um esforço eu também faria»

17 jun 2014, 08:28
Primeira Liga: Benfica vs Nacional (LUSA)

Reforço confirmado pelo At. Madrid, lateral fala da saída da Luz

Poucos dias depois de ter sido apresentado como reforço do Atlético de Madrid, Guilherme Siqueira dá uma entrevista ao Maisfutebol
na qual explica o adeus ao Benfica, clube ao qual esteve emprestado pelo Granada na última época. Luís Filipe Vieira chegou a falar em elevadas exigências salariais do lateral esquerdo brasileiro, mas este garante ao nosso jornal que esse assunto nem chegou a ser discutido, uma vez que o Benfica não acionou, junto do Granada, clube que o emprestou, a opção de compra fixada em sete milhões de euros.

Quais as expectativas para esta nova etapa, ao serviço do At. Madrid?

A expectativa é boa, tendo em conta tudo aquilo que o Atlético tem feito nos últimos anos. Tem estado em finais, tem conquistado títulos. A responsabilidade e a pressão aumentam, mas sinto-me super-preparado.


Muito se fala da possível saída do Filipe Luis. Ao chegar a acordo com o Atlético disseram-lhe que essa era, pelo menos, uma forte possibilidade?

Não estou a contar com nada. Pode acontecer, mas não crio expectativas. Tenho de pensar positivo: se ele ficar vai ser bom para o grupo. É um grande amigo, e isso não será um problema.


Regressar a Espanha era uma prioridade?

Não. Sou profissional. Também não esperava ir para Portugal na última época e aconteceu. Não dava prioridade a nenhum país. Pensei no melhor para mim e para a minha família. A melhor oferta era do Atlético, tanto para mim como para o Granada.

Mas não houve, como disse o presidente Luís Filipe Vieira em entrevista à RTP, um desacordo relativamente ao vencimento?

Não. Não discutimos vencimento nenhum. O Benfica tinha uma cláusula e não acionou, é simples. Se tivesse acionado eu faria um esforço, até por conhecer a realidade do clube. Nunca quis ficar por cima de ninguém, é mentira que quisesse ser o jogador mais caro. Eu faria um grande esforço para ficar. Não houve acordo entre clubes.


Mas não se chegou mesmo a falar do ordenado?

Não houve nada. Nem começámos a negociar. Havia um prazo e ele passou. O Benfica sabia que eu tinha ofertas melhores. Eu podia ter-me limitado a sair, mas fui sincero com o clube. Se o Benfica tivesse feito um esforço eu também faria.


Mas mesmo assim seria difícil ao Benfica igualar a oferta do Atlético, não?

Tinha três propostas e nas outras duas o vencimento era superior. Mas pela temporada que fizemos, pelo carinho dos adeptos, pela grandeza do clube, eu ficaria. Mas se não houve interesse em pagar a cláusula, tive de pensar no meu futuro. O problema foi a cláusula, que o Benfica disse sempre que era muito alta.


Então, na sua opinião, o que levou o presidente a falar do vencimento?

Não sei. O presidente sempre me tratou de forma maravilhosa. Não tenho nada a reclamar. Esteve sempre próximo da equipa, e não é à toa que a equipa conquistou três títulos. Mas não conversámos sobre vencimento.


Que balanço faz desta época ao serviço do Benfica?

O balanço é o melhor possível. Entrámos para a história, e isso não é para qualquer um. Joguei com colegas e amigos brilhantes, e juntos formámos uma família. Só levo coisas boas. Hoje tenho outro clube, mas levo o Benfica no coração. Vou ser mais um benfiquista.


Vai recordar a festa do título, no Marquês de Pombal, durante muito tempo?

Foi um momento especial. Nunca tinha vivido nada assim e acho que nunca mais vou viver. A grandeza do clube e dos adeptos é de mais. Já tinha uma ideia, mas a realidade surpreendeu.


O que mais o surpreendeu durante este ano?

Não gosto de individualizar mas vou referir dois colegas. O Jardel, que apesar dos problemas familiares foi sempre um grande profissional, a batalhar nos treinos. E não é fácil substituir Luisão e Garay, que para mim foram a melhor dupla do futebol europeu esta época. E depois destaco o Luisão, um capitão dentro e fora de campo, que sabe a hora de dar uma bronca e a hora de dar um elogio. Tem uma mentalidade vencedora. O balneário era muito bom, muito unido, com uma mentalidade forte.


Qual foi o momento marcante da época?

O jogo com o FC Porto. O falecimento de Eusébio mexeu muito com os jogadores e com os adeptos. Sabíamos a responsabilidade que tínhamos, mas o jogo correu bem. A vitória por 2-0 foi mais do que merecida, e a equipa começou a ter bons resultados.


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