Estoril-Académica, 1-2 (crónica)

22 fev 2015, 19:06
Estoril-Académica (LUSA/ Steven Governo)

Academistas voltam a vencer cinco meses depois

A Académica voltou aos triunfos, ao bater o Estoril, por 2-1, após um jejum que vinha já da sexta jornada. Foi a segunda vitória na Liga, a segunda alcançada fora de portas, e que permite aos estudantes deixarem a lanterna vermelha da classificação. O Estoril continua a série negra com quatro derrotas consecutivas.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Não que no passado não tenham ficado depositados momentos de alegria que valham a pena recordar. A mudança é, simplesmente, um processo natural que marca o final de um ciclo.

A Académica vive, por estes dias, sob esse signo, após a saída de Paulo Sérgio do comando técnico da equipa, encarando a visita à Amoreira como o primeiro jogo do resto da temporada.



José Viterbo, academista dos sete costados, não teve tempo para escarafunchar os processos da equipa, enraizados há meses e meses. Traçou prioridades e os jogadores responderam. De tal forma que antes dos dez minutos já estavam a ganhar.

Autoria de Marinho, um dos históricos do clube nos últimos anos que passou grande parte da temporada sentado no banco, que sentiu que se devia chegar à frente. E foi isso que fez: meteu a quarta, ultrapassou os defensores do Estoril e marcou para a Briosa.

O golo madrugador teve o condão de abanar (ainda mais) os canarinhos, que traziam às costas uma série de três derrotas consecutivas, e, mesmo perante o seu público, não conseguiam responder.

A certa altura chegou a causar apreensão uma equipa recheada de jogadores com qualidade acima da média não conseguir ligar uma jogada com princípio, meio e fim.

Alheios a tudo isso, os Estudantes aproveitaram o espaço concedido, continuaram a ser assertivos, e não fosse Kakuba a formar uma parede à frente da baliza de Kieszek o cenário ter-se-ia agravado.

Cheirinho de Estoril


Foi já depois da meia hora que se viu o primeiro sinal do Estoril, com uma finalização acrobática de Diogo Amado na área a tirar tinta ao poste das redes estudantes.

Mas passou rapidamente. A primeira parte termina com um déjà-vu
em que Rúben Fernandes voltou a fechar a porta a um remate de Hugo Seco que levava selo de golo.

Era a primeira oportunidade para deixar o adversário knock-out, mas o Estoril conseguiu sair vivo da primeira parte, embora os sinais deixados não aconselhassem otimismos desmesurados.


 
Final emocionante


José Couceiro reagiu ao intervalo e ajustou a equipa, que respondeu quase de imediato, novamente com o mesmo protagonista: Diogo Amado. Os centrais academistas deixaram a bola viva no coração da área e o médio formado no Sporting encheu pé, mas a bola morreu nas mãos de Cristiano.

Parecia ser um sinal de que o jogo iria virar o avesso e a Académica chegou a ter mesmo várias dificuldades para respirar.

Mas quando se está com a maré tudo corre bem. Numa das primeiras vezes em que passou o meio campo, Hugo Seco aproveitou novo erro de Yohan Tavares para ganhar uma grande penalidade que culminou com o segundo golo dos estudantes.

O melhor que o Estoril conseguiu, com tudo metido lá na frente, foi reduzir por Léo Bonatini, e ainda podia ter empatado, mas o lance acabou anulado pela equipa de arbitragem.

Não houve tempo para mais, e os canarinhos averbaram na Amoreira a quarta derrota consecutiva o que gerou uma enorme onda de contestação nas bancadas.

Na semana em que estalou o chicote, a Académica regressou aos triunfos que escapavam desde a longínqua sexta jornada. Segunda vitória na Liga, segunda alcançada fora de portas.

O Estoril que estava bem seguro até há umas semanas, parece em queda livre, enquanto a Académica vai para o terceiro jogo consecutivo sem perder. Caso para dizer: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
 

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