Jenni Hermoso diz que foi alvo de assédio constante após beijo "não consentido" de Rubiales

2 jan, 12:40

A jogadora voltou a recordar a final do Mundial de futebol feminino, que ficou marcada por um beijo "inesperado" do então presidente da Federação espanhola em pleno estádio

A futebolista Jenni Hermoso revelou esta terça-feira que foi alvo de assédio e pressão por parte da Federação espanhola (RFEF) nos dias que se seguiram ao polémico beijo "não consentido" de Luis Rubiales, no final do Mundial de futebol feminino, avança o El País.

Numa audiência no Tribunal Nacional, que decorreu à porta fechada, Jenni Hermoso insistiu que o beijo de Rubiales foi "inesperado" e não consentido e acusou a Federação espanhola de a ter pressionado para sair em defesa de Rubiales.

Segundo fontes jurídicas citadas pelo El País, a futebolista contou ao magistrado que a sua família foi pressionada por representantes da federação durante o voo de regresso a Espanha. Jenni Hermoso adiantou que o seu irmão foi abordado por Jorge Vidal (na altura, treinador da seleção feminina), que o aconselhou a pensar nas eventuais "consequências pessoais e profissionais" que a atleta poderia vir a sofrer com esta polémica.

Jenni Hermoso disse ainda que a tentaram pressionar em Ibiza, onde as jogadoras comemoram o título de campeãs do Mundial de futebol feminino. Ali, Albert Luque, diretor da seleção masculina, e Rubén Rivera, responsável pelo marketing da federação, tentaram falar com ela através de intermediários quando a mesma optou por se isolar o máximo possível.

À saída do tribunal, a futebolista adiantou aos jornalistas que "correu tudo bem" durante a audiência. "Agora tudo está nas mãos da justiça", acrescentou, dirigindo depois um agradecimento "por todo o apoio" que tem recebido.

"Estou bem, estou forte", assegurou.

 Jennifer Hermoso à saída da audiência no Tribunal Nacional em Madrid (EPA/Mariscal)

O testemunho de Jenni Hermoso, sustentado por mais de uma dezena de testemunhas que compareceram em tribunal nos últimos dias, segue a linha que a jogadora traçou no depoimento à Procuradoria-Geral de Espanha, no início de setembro. Na altura, a futebolista frisou que "em nenhum momento [aquele beijo] foi consensual". "Não fui respeitada nem como jogadora, nem como pessoa. Eu estava a viver algo histórico e pensei que algo assim teria consequências. Não fiz nada para me encontrar naquela situação", contou a Marta Durántez, vice-procuradora do Tribunal Nacional.

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