Assunta Maresca foi uma das mais importantes figuras da organização mafiosa. Tinha 86 anos
Pupetta, ou “Bonequinha”, como era conhecida, morreu esta quarta-feira aos 86 anos de idade. Foi a primeira mulher a liderar a Camorra, organização mafiosa originária da Campânia, Itália.
Filha de um "camorrista" e vencedora de concursos de beleza na sua juventude, Assunta Maresca ficou conhecida quando, em 1955, grávida e com apenas 20 anos de idade, assassinou Antonio Esposito, o capo da Camorra que mandou matar o seu marido, Pasquale Simonetti.
Durante o julgamento deste crime, o primeiro a ser gravado em toda a história do Tribunal de Nápoles, afirmou, para gáudio de quem ouviu, que “cometeria o crime outra vez”. Depressa ganhou outra alcunha, a “Diva do Crime”, tendo também recebido inúmeras propostas de casamento.
O seu primeiro filho, Pasqualino, nasceu quando Maresca se encontrava detida. Condenada a 13 anos e quatro meses de prisão, após receber um perdão em 1965, a mafiosa tornou-se amante de outro líder da Camorra, Umberto Ammaturo, com quem teve dois filhos gémeos. E os problemas continuaram.
Com apenas 18 anos de idade, Pasqualino já tinha ambições de subir na hierarquia do grupo, algo que deixava Ammaturo incomodado. Em janeiro de 1974, o filho mais velho de Maresca saiu para encontrar-se com Ammaturo e nunca mais voltou.
A própria “Pupetta” suspeitava que Ammaturo estava por detrás do desaparecimento, mas, mesmo assim, não o deixou. Maresca cumpriu outra sentença de quatro anos pelo assassinato do cientista forense e neo-fascista Aldo Semerari. Desde a libertação até à sua morte, viveu uma vida tranquila nos subúrbios de Nápoles.
A sua vida inspirou o filme "Delitto a Posillipo", de Renato Parravicini (1967), e a série “Pupetta – Il coraggio e la passione” (2013), protagonizada por Manuela Arcuri.
