Acentuam-se as críticas ao seleccionador brasileiro
Wanderley Luxemburgo deverá ter amanhã (terça-feira) uma recepção pouco animadora à chegada a casa. Os brasileiros não perdoam ao treinador o afastamento na equipa olímpica de futebol da competição e as críticas acentuam-se com o regresso da selecção ao país.
A derrota com os Camarões aumentou a pressão sobre a possivel demissão do seleccionador nacional. De toda a parte surgem censuras e apoios a Luxemburgo, cujas opções dos últimos meses têm sido alvo de forte contestação.
Os brasileiros não esquecem as derrotas da selecção frente ao Paraguai e ao Chile, no apuramento para o Mundial de 2002, nem a recusa de Luxemburgo em levar para Sydney jogadores com mais de 23 anos. Esta última questão levou a que muitos torcedores apontassem a inexperiência da equipa como um dos principais motivos para a derrota nos quartos de final.
Apesar de Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, já ter garantido que Luxemburgo se manterá no cargo até 2002, a continuidade do seleccionador está em risco.
Guilherme Ferreira, chefe da delegação olímpica de futebol do Brasil, considerou que Ricardo Teixeira «terá de refletir sobre o assunto antes de tomar uma decisão e aconselhar-se com as pessoas certas», numa clara crítica à permanência de Luxemburgo.
Mas o seleccionador brasileiro também recebeu algumas mensagens de apoio. Rivaldo, avançado do Barcelona, já revelou o seu apoio a Luxemburgo, salientando que o treinador «é um grande profissional e uma boa pessoa». O jogador considerou que o mais importante neste momento é o apuramento para o Mundial de 2002 e «é para isso que todos têm de trabalhar».
Também Romário, que alinha no Vasco da Gama, salientou que o afastamento da equipa olímpica de futebol é uma questão do passado e que «agora é preciso dar tranquilidade para esses jovens jogadores no futuro».
Apesar de ter afirmado, nas vésperas dos Jogos Olímpicos, que se a medalha de ouro em futebol não fosse conquistada pelo Brasil a culpa seria só do treinador, Romário atribui agora «nota cinco» ao trabalho de Luxemburgo e da selecção, não levantando mais polémicas sobre a matéria.
Para além de todas as questões relacionadas com a equipa nacional, o seleccionador enfrenta ainda alguns rumores relativos a fuga aos impostos e comissões em transferências de jogadores, durante os tempos em que foi treinador de alguns clubes brasileiros.