Ministro da Economia e da Ação Climática diz que um corte de 10% no consumo individual já fará diferença, e aponta uma mudança na utilização dos transportes, mas também na forma de trabalhar
O ministro da Economia e da Ação Climática da Alemanha afirmou que os alemães devem começar a poupar energia para que o país se torne o mais rapidamente possível independente dos combustíveis fósseis vindos da Rússia, que começam aos poucos a ser alvo de sanções por causa da guerra na Ucrânia.
Em entrevista ao grupo de comunicação social Funke, Robert Habeck, que representa os Verdes, vê essa como uma forma de castigar a Rússia. É que a Alemanha importou, em 2021, 32% do gás natural que consumiu à Rússia, mais do que a qualquer outro país.
"Peço a todos que façam uma contribuição para poupar energia agora", reiterou.
É isso mesmo que tem levado os políticos russos a resistirem a uma estratégia mais agressiva nas sanções aplicadas à Rússia, que ainda não atingiram os setores do petróleo e do gás natural, e que apenas em agosto devem começar a aplicar-se ao carvão.
Ora, para o ministro alemão, uma boa forma de contornar essa dependência é pela via da redução do consumo de energia, sobretudo nos meios de transporte. Robert Habeck sugere mesmo um aumento da utilização do comboio ou das bicicletas em detrimento do carro.
“Todos os quilómetros não conduzidos são uma contribuição para tornar mais fácil fugir à energia russa. E assim também estamos a proteger o ambiente”, afirmou.
Segundo o ministro, o corte de 10% do consumo individual de energia é possível, algo que também pode partir das empresas, nomeadamente com a possibilidade de alargar e democratizar o teletrabalho
“Onde for possível, alguns podem trabalhar a partir de casa um ou dois dias outra vez”, disse.
Robert Habeck explicou que a Alemanha está a procurar formas de reduzir esta dependência desde a invasão da Ucrânia pelas tropas russas: "Se aquecer o seu apartamento e fechar as cortinas à noite, poupa até 5% de energia. E se baixarmos a temperatura ambiente em um grau, isso é cerca de 6%”, disse.
“Pode ser menos confortável, mas ainda não está frio”, acrescentou o dirigente dos Verdes.
