Manifestantes russos dizem que estão a lutar contra a discriminação de que são alvo desde que começou a invasão da Ucrânia, mas as ações são encaradas como um apoio à guerra iniciada por Vladimir Putin
O retrato repete-se por várias cidades alemãs. Manifestantes pró-Rússia tomam o centro da cidade, para contestar a discriminação que dizem sentir desde que a guerra na Ucrânia arrancou. E, a poucos metros, contraprotestos demonstram o apoio à Ucrânia invadida.
Frankfurt é a cidade onde essa realidade é mais visível neste domingo. Eram esperados cerca de dois mil manifestantes pró-russos. As autoridades não têm números fechados, mas centenas de pessoas que integram a comunidade russa na Alemanha desceram até ao centro financeiro da cidade para protestar, dizem, “contra o ódio e o assédio”. Contudo, há quem encare estas açõe como uma forma de mostrar apoio à invasão russa.
“Vim aqui porque apoio a paz, as crianças são agredidas na escola porque falam russo, isso não é aceitável”, justificou Ozan Yilmaz, de 24 anos, à agência AFP. Numa das faixas do protesto, lia-se: "Verdade e diversidade de opinião acima da Propaganda".
Com uma forte presença policial, as autoridades viram-se obrigadas a criar um cordão de segurança face a um protesto pró-Ucrânia que surgiu como resposta, com cerca de 100 pessoas.
Hannover: mais Ucrânia do que Rússia
Em Hannover, no norte do país, eram esperados cerca de 600 manifestantes pró-Rússia, distribuídos por 350 automóveis. O protesto levou tempo a arrancar porque a polícia, explicam as agências internacionais, obrigou a retirar as bandeiras russas dos capôs dos carros - uma ordem que se repetiu noutras localizações.
Contudo, em Hannover, o número dos que apoiavam a causa ucraniana acabou por superar aqueles que gritavam pela Rússia, com 700 pessoas, segundo a polícia local.
Tratou-se do segundo dia de protestos, já que neste sábado outras cidades protagonizaram ações similares, tanto do lado russo como ucraniano.
Mas, apesar do clima de divisão na Alemanha, neste domingo houve quem optasse por assinalar os 77 anos da libertação do campo de concentração de Buchenwald. A bandeira ucraniana marcou presença na cerimónia, perto de Weimar.
