No teatro bombardeado de Mariupol estavam grávidas que tinham sido resgatadas da maternidade

26 mar 2022, 11:50

Autoridades locais dizem que ataque russo ao teatro, que estava identificado no exterior como abrigo de crianças, fez cerca de 300 mortos

Foram precisos dez dias para perceber se havia sobreviventes do bombardeamento ao teatro da cidade de Mariupol, que está cercada, e mais de uma semana depois sabe-se também que várias grávidas foram transferidas para aquele espaço por questões de segurança, que acabaram por não se confirmar.

O ataque ocorreu no dia 16, numa altura em que o edifício abrigava mais de mil civis, entre eles crianças. Morreram cerca de 300, de acordo com informação avançada na sexta-feira pela autarquia local.

A palavra "crianças", escrita em russo, estava marcada no chão em dois locais distintos, e com uma dimensão considerável, para que fosse possível ler aquela indicação até do ar. 

Aviso de que havia crianças estavam abrigadas dentro do teatro era visível do espaço (Maxar Technologies)
Aviso de que as crianças estavam abrigadas dentro do teatro era visível do espaço (Maxar Technologies)

Sabe-se agora que dentro do teatro estavam grávidas que tinham sido resgatadas da maternidade bombardeada em Mariupol, de acordo com informação avançada pela Sky News. A transferência teve como objetivo a segurança dos bebés e das futuras mães, mas sete dias depois de serem transferidas aquele abrigo também foi atingido.

"Foram transportadas para o teatro porque era um espaço grande. Colocaram as grávidas nos camarins dos atores. Elas estavam no teatro no momento em que foi atingido, é o que sabemos", relatou ao jornal Diana Berg, que vive junto ao teatro.

Recorde-se que a maternidade de Mariupol, que também tinha uma ala de pediatria, foi atingida a 9 de março.

Sem água, comida ou eletricidade há várias semanas, as Nações Unidas dizem ter provas da existência de várias valas comuns em Mariupol, e que só numa delas estarão 200 mortos. Quem conseguiu deixar Mariupol revela relatos impressionantes daquilo que viu e viveu.

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