Marianna Budanova foi envenenada com metais pesados. O que se sabe do ataque à mulher do líder dos serviços secretos ucranianos

28 nov 2023, 16:25
Marianna Budanova (Fonte: Twitter The Kyiv Independent)

Secretas de Kiev revelam que substâncias encontradas no sangue da vítima não são utilizadas em atividades quotidianas nem militares. Budanova já completou primeira fase de tratamentos e tem ser reavaliada

Marianna Budanova, mulher do líder dos serviços secretos militares da Ucrânia (GUR), Kyrylo Budanov, foi envenenada com metais pesados e está a receber tratamento hospitalar.

"Sim, posso confirmar a informação. Infelizmente, é verdade", disse Andriy Yusov, porta-voz dos GUR, citado pela agência Reuters.

Neste momento, Budanova está a receber tratamento hospitalar. “O tratamento está quase a terminar e depois será novamente avaliada pelos médicos”, explicou fonte dos serviços secretos ao jornal ucraniano Babel.

A mesma fonte lembrou que “este tipo de substâncias não é usado em atividades do quotidiano ou em dinâmicas militares e que a sua presença no sangue de Budanova pode indicar "uma tentativa propositada de envenenar uma pessoa em específico”.

Outro jornal ucraniano, o Ukrainska Pravda, garante que Budanova “está melhor depois de ter realizado a primeira fase de tratamento”, também citando fontes dos GUR.

Até ao momento, não houve qualquer confirmação de que se tenha tratado de um ataque russo, mas a Ucrânia suspeita que a Rússia esteja por trás do envenenamento da mulher do líder da secreta militar ucraniana, afirmou o porta-voz desta estrutura, Andrii Yussov.

“Esta é a hipótese principal”, declarou Yussov, citado pela agência France-Presse (AFP), garantindo que se tratou de um envenenamento deliberado por metais pesados e não de um acidente.

De acordo com Yussov, “o alvo" do envenenamento foi Marianna Budanova, e não o seu marido. "É simplesmente impossível chegar diretamente ao comandante (Boudanov) desta forma", frisou o porta-voz.

O Kremlin é conhecido por executar inimigos da Federação Russa através de envenenamento, como aconteceu, a 4 de março de 2018, quando o ex-agente duplo Serguei Skripal e filha Yulia foram mortos no Reino Unido.

A notícia foi inicialmente avançada pelo jornal ucraniano Babel e confirmada pelo The Kyiv Independent, Ukrainska Pravda e pela agência Reuters.

Major-general Kyrylo Budanov, líder dos serviços secretos militiares ucranianos, no seu escritório (Getty Images)

Marianna Budanova é referida como sendo psicóloga, voluntária e figura pública, para além de mulher do líder dos GUR.

Kyrylo Budanov tem estado envolvido em várias operações clandestinas contra as forças russas desde o início da invasão, como os ataques contra a ponte que atravessa o Estreito de Kerch, que separa a Península da Crimeia da Rússia, e tornou-se num dos principais alvos a abater pelo invasor.

Em agosto, Budanov disse, numa entrevista à Radio Free Europe/Radio Liberty, que, desde o início da invasão da Ucrânia, vivia juntamente com Marianna no seu gabinete e que o casal estava constantemente junto por razões de segurança.

Numa outra entrevista ao jornal britânico The Times, em julho de 2023, Kyrylo Budanov foi questionado sobre as repetidas tentativas de homicídio de que já foi alvo e respondeu: "São como um elogio para mim".

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