F-16 já estão na Ucrânia? Sucessos no campo de batalha aumentam mistério

28 dez 2023, 16:17
F-16 em manobras de policiamento na fronteira da NATO com a Rússia (AP Images)

Recentes sucessos no ar e no mar estão a dar que falar e, na comunicação russa, há quem tema a chegada de uma nova arma ao campo de batalha

A especulação acerca da presença dos aviões de combate F-16 na Ucrânia não pára de aumentar, depois de Kiev ter infligido à Rússia um dos meses mais difíceis para a sua marinha e força aérea, com a destruição de oito aeronaves e vários navios da frota do Mar Negro. De acordo com a Newsweek, que cita fontes norte-americanas, estes dados apontam para que a primeira entrega dos caças de fabrico americano já tenha ocorrido.

Sem um prazo definido para a entrega dos F-16 – que está dependente também do treino dos pilotos e da tripulação capaz de fazer a manutenção das aeronaves –, as redes sociais russas têm sugerido que a recente onda de ataques com sucesso lançada pela Ucrânia está a acontecer devido ao acesso a uma nova tecnologia com que o exército de Moscovo ainda não lidou.

Algumas das principais contas de Telegram ligadas às forças armadas russas sugerem que algumas destas aeronaves já podem estar no país e estão a ser utilizadas com sucesso para minar as aspirações russas no terreno. A informação já vinha a ganhar força desde o início do mês de dezembro, mas intensificou-se com a destruição do Novocherkassk, um navio de transporte militar, destruído no porto de Fedosia, na província ocupada da Crimeia.

Apesar de nem a Ucrânia nem nenhum dos seus parceiros confirmarem esta informação, fontes norte-americanas garantem à Newsweek que esta entrega já aconteceu.

Nas últimas três semanas, a força aérea russa teve um dos seus períodos mais negros desde o início da invasão, a 24 de fevereiro de 2022. Logo no início do mês, a 5 de dezembro, um avião Su-24 russo foi atingido perto da Ilha das Serpentes, junto à cidade portuária de Odessa. Dias depois, a Ucrânia atingiu um Su-25 e um avançado Su-34.

Mas a semana do Natal seria particularmente cara para Moscovo. No dia 22 de dezembro, três bombardeiros Su-34 foram destruídos. Este é um dos aviões mais caros da frota russa, com um valor aproximado de 40 milhões de dólares por unidade. Ainda assim, no dia 25, a Rússia teve mais duas baixas. Novamente um Su-34 foi abatido, mas desta vez juntamente com um caça Su-30.

De acordo com o grupo Oryx, um arquivo open-source que contabiliza as perdas da guerra na Ucrânia, a Rússia já perdeu 91 aeronaves, desde que começou a guerra. Durante o mesmo período, a Ucrânia perdeu 75.

Mas a forma como o navio de transporte Novocherkassk foi destruído no passado dia 26 de dezembro também levanta algumas suspeições de que os F-16 possam já estar a operar nos céus ucranianos e a fazer mais estragos do que se pensa. Inicialmente a Rússia negou a destruição da embarcação, garantindo que este foi apenas danificado. Imagens de satélite publicadas um dia depois provam o contrário.

Numa publicação nas redes sociais, as forças de Defesa ucranianas responderam com humor à narrativa russa de que o navio teria apenas “sofrido alguns danos”. “Os combatentes ucranianos modificaram 'o grande navio de desembarque', agora é um submarino”, como se pode ler na publicação da Defesa ucraniana, na rede social X.

Os pilotos ucranianos atacaram o porto de Feodosia, na Crimeia, por volta das 02:30 locais (00:30 em Portugal continental) com mísseis de cruzeiro. Numa publicação no Telegram, o comandante da Força Aérea Ucraniana, Mykola Oleshchuk, agradeceu ao pessoal envolvido na “destruição do grande navio de desembarque Novocherkassk” quando este se encontrava no porto de Feodosia, na península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.

Apesar de a confirmação ainda não ter acontecido, a possibilidade de o ataque ter sido feito através dos F-16 é cada vez maior. À CNN Portugal, quem o pilotou garante que “possivelmente um dos melhores aviões de sempre” para o combate entre aeronaves e é “muito capaz de adquirir superioridade aérea” à Ucrânia.

“Apesar de complexas, são fáceis de voar. Conseguem operar de dia, de noite, dentro de nuvens e fora de nuvens, conseguindo atacar com precisão alvos no solo ou destruir aeronaves inimigas. São aeronaves muito evoluídas e altamente modernizadas. Um dos melhores aviões de sempre para fazer o chamado dogfight”, explicou o coronel Nuno Monteiro da Silva, antigo piloto do F-16 e antigo Comandante da Esquadra 301 “Jaguares” da Força Aérea Portuguesa.

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