“Aposto que o último pensamento dele foi ‘Putin!”: Boris Johnson diz que o presidente russo matou Prigozhin

CNN Portugal , PF, JGR
28 ago 2023, 18:10
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson (AP Photo/Matt Dunham)

O ex-primeiro-ministro britânico afirma que “não é preciso uma investigação ao local do acidente” nem testes de ADN e verificação de registos dentários, e ridicularizou a sugestão da presidência francesa de que há “dúvidas razoáveis” sobre o que aconteceu ao avião

O antigo primeiro-ministro britânico Boris Johnson sugeriu que o presidente russo Vladimir Putin matou Yevgeny Prigozhin, o ex-líder do Grupo Wagner que morreu na queda de um avião na região de Tver, a norte de Moscovo.

“Yevgeny Prigozhin não teve muito tempo para descobrir quem o tinha matado. Mas teve tempo suficiente. Ele deve ter percebido”, começou por escrever Johnson num artigo de opinião publicado no Daily Mail. “Não devem ter decorrido mais do que alguns segundos entre a explosão a bordo do fiável jato executivo Embraer Legacy 600 e o momento em que o bandido russo desmaiou na sua vertiginosa aceleração para a terra; e, no entanto, nesse instante, estou certo de que ele soube com perfeita clareza o que tinha acontecido”, continuou.

Boris Johnson afirma que “não é preciso uma investigação ao local do acidente” nem testes de ADN e verificação de registos dentários, e ridicularizou a sugestão da presidência francesa de que há “dúvidas razoáveis” sobre o que aconteceu ao avião.

“O assassino de Prigozhin é o mesmo indivíduo que é responsável pelo assassínio do opositor Boris Nemtsov e da ativista dos direitos humanos Anna Politkovskaya”, sugeriu Johnson, numa clara referência a Putin. “Enquanto a explosão sugava o ar da cabina do avião, aposto que o último pensamento na cachimónia condenada do crânio de Prigozhin foi "Putin!", precedido por um dos muitos palavrões em que o antigo presidiário e vendedor de cachorros-quentes era tão fluente”, disse o ex-governante.

O avião, um jato privado ao serviço do grupo Wagner, despenhou-se quarta-feira a noroeste de Moscovo, quando viajava de Moscovo para São Petersburgo, e matou todos os que seguiam a bordo - sete passageiros e três tripulantes. A lista de passageiros incluía o nome de Prigozhin, chefe do grupo de mercenários que ganhou proeminência pelos seus métodos brutais em todo o mundo e pelas suas vitórias em campo de batalha na guerra da Ucrânia.

O acidente aconteceu precisamente dois meses depois de uma revolta falhada contra o Kremlin. A presença do nome de Prigozhin na lista de passageiros levantou de imediato questões sobre a causa exata do desastre.

Vladimir Putin, presidente russo, só quebrou o silêncio sobre a suposta morte de Prigozhin cerca de 24 horas depois do acidente. Esta quinta-feira, Putin destacou que o líder do grupo Wagner "era um homem de negócios talentoso" mas que "cometeu erros graves ao longo da vida". Em declarações citadas pela Agência Reuters, Putin sublinhou ainda que o “conhecia desde os anos 90”.

No domingo, o Comité de investigação russo, que investiga a queda do avião que vitimou dez pessoas, afirmou, este domingo, que os testes de ADN confirmam morte de Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner. O mesmo Comité tinha anunciado na sexta-feira que tinha recuperado os corpos dos 10 ocupantes que seguiam no avião – sete passageiros e três tripulantes -, bem como a caixa negra do avião.

No final da “perícia genética molecular” foi apurado que as identidades das 10 vítimas, cujos corpos foram encontrados após a queda, “correspondem à lista” de passageiros e tripulantes do avião, indicou, num comunicado, o Comité, órgão responsável pelas principais investigações na Rússia, que não apresentou qualquer prova que confirme a morte do líder do grupo de mercenários.

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