Comité de investigação russo afirma que testes de ADN confirmam morte de Prigozhin

27 ago 2023, 11:57
Destroços do avião onde seguiria Prigozhin

Apesar do anúncio, o Comité não apresentou qualquer prova que confirme a morte do líder do grupo de mercenários

O Comité de investigação russo, que investiga a queda do avião que vitimou dez pessoas, afirmou, este domingo, que os testes de ADN confirmam morte de Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner. O mesmo Comité tinha anunciado na sexta-feira que tinha recuperado os corpos dos 10 ocupantes que seguiam no avião – sete passageiros e três tripulantes -, bem como a caixa negra do avião.

No final da “perícia genética molecular” foi apurado que as identidades das 10 vítimas, cujos corpos foram encontrados após a queda, “correspondem à lista” de passageiros e tripulantes do avião, indicou, num comunicado, o Comité, órgão responsável pelas principais investigações na Rússia.

Apesar do anúncio, o Comité não apresentou qualquer prova que confirme a morte do líder do grupo de mercenários.

O avião, um jato privado da Embraer ao serviço do grupo Wagner, despenhou-se quarta-feira a noroeste de Moscovo, quando viajava de Moscovo para São Petersburgo, e matou todos os que seguiam a bordo -  sete passageiros e três tripulantes. A lista de passageiros incluía o nome de Prigozhin, chefe do grupo de mercenários que ganhou proeminência pelos seus métodos brutais em todo o mundo e pelas suas vitórias em campo de batalha na guerra da Ucrânia.

O acidente aconteceu precisamente dois meses depois de uma revolta falhada contra o Kremlin. A presença do nome de Prigozhin na lista de passageiros levantou de imediato questões sobre a causa exata do desastre.

Vladimir Putin, presidente russo, só quebrou o silêncio sobre a suposta morte de Prigozhin cerca de 24 horas depois do acidente. Esta quinta-feira, Putin destacou que o líder do grupo Wagner "era um homem de negócios talentoso" mas que "cometeu erros graves ao longo da vida". Em declarações citadas pela Agência Reuters, Putin sublinhou ainda que o “conhecia desde os anos 90”.

“Eu conhecia Prigozhin há muito tempo. Desde o início dos anos 90. Ele era um homem com um destino difícil e cometeu erros graves ao longo da sua vida. Esforçou-se pelos resultados que obteve. (…) Era uma pessoa talentosa, um empresário talentoso, trabalhou não só no nosso país mas também no estrangeiro - em África em particular. Estava envolvido lá com petróleo, gás, metais preciosos e pedras. (…) Tanto quanto sei, regressou ontem de África”, acrescentou.

Vladimir Putin prometeu também uma investigação aturada à queda do avião que transportava vários dirigentes do grupo mercenário Wagner. 

Já esta sexta-feira, o Kremlin refutou as suspeitas de que a Rússia esteja envolvida na suposta morte de Prigozhin.

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