"Toda a gente está desesperada para ter" estes radares militares de vigilância - conseguem detetar ameaças a 500 quilómetros de distância

CNN Portugal , BCE
8 abr, 17:08
Thales (AP)

Conseguem detetar ameaças aéreas a 500 quilómetros de distância e são capazes de distinguir drones de pássaros

Os radares de vigilância Ground Master, um dos equipamentos mais vendidos pela empresa de indústria aeroespacial francesa Thales, estão a ser mais procurados do que nunca, tanto que a multinacional quer "duplicar" a sua produção.

"Para que as linhas de montagem possam dar resposta ao aumento da procura, estamos a duplicar as equipas e a trabalhar em dois turnos em vez de um" adiantou Yves Descourvieres, chefe da gestão de produtos para radares de vigilância, citado pelo Politico, que descreve estes equipamentos como "os radares militares de drones que toda a gente está desesperada para ter".

De acordo com o Politico, estes radares de vigilância são agora mais necessários do que nunca. É que estes equipamentos conseguem detetar ameaças aéreas e identificar caças, mísseis e helicópteros a grandes distâncias. O radar Ground Master 400 Alpha (GM 400), de 30 milhões de euros, consegue detetar aeronaves a 500 quilómetros de distância. Os GM 200, por sua vez, têm um alcance menor - entre 250 a 350 quilómetros.

Um radar Ground Master 200 (GM200) da Thales (AP)

Segundo a mesma fonte, a procura por estes equipamentos é de tal forma elevada - só no ano passado venderam-se 40 radares GM (sendo que a Ucrânia foi um deles, ao comprar um GM 200), que a empresa está a ser forçada a remodelar toda a linha de montagem.

"É um processo contínuo. Até agora, produzíamos cerca de dez radares por ano, agora a meta é de mais de 20 por ano", anunciou Descourvieres, citado pelo Politico. A fábrica de Limours - uma pequena cidade com cerca de 6.500 habitantes - que conta com 1.100 funcionários, aumentou de três para quatro o número de câmaras de teste para ajustar as antenas dos radares, e montou 17 zonas de testes, quando até há bem pouco tempo tinha apenas 12.

Para agilizar todo este processo, a Thales trabalha em estreita coordenação com os fornecedores. “Precisamos de uma sincronização perfeita nas chegadas de equipamento para evitar desperdícios e esperas”, disse Eric Marceau, vice-presidente de estratégia do negócio de radar, citado pela mesma fonte.

A Thales tenta responder assim ao apelo do presidente francês, Emmanuel Macron, para a produção de mais armas, de forma mais rápida e económica. Ainda assim, um dos principais desafios para a empresa é mesmo a contratação de trabalhadores. É que o fabrico de radares requer competências que vão desde a engenharia mecânica ao desenvolvimento de software e a experiência em radiofrequências. E, à semelhança de muitas fábricas de defesa, a Thales está localizada numa zona remota, longe das grandes cidades.

“O que é um pouco mais difícil é trazer jovens talentos para Limours”, reconheceu Descourvieres, apontando que seria mais fácil se a fábrica estivesse localizada numa zona central de Paris.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados