Secretário de Estado norte-americano viu as imagens e fala em "depravação da pior forma que se pode imaginar"
O primeiro-ministro de Israel divulgou esta quinta-feira imagens de bebés “assassinados e queimados” por militantes do Hamas. Numa publicação partilhada no X, ex-Twitter, pelo gabinete oficial de Benjamin Netanyahu, três fotografias bastante gráficas são acompanhadas da seguinte frase: “Trata-se de imagens horríveis de bebés assassinados e queimados pelos monstros do Hamas”.
“O Hamas é desumano. O Hamas é o Estado Islâmico”, pode ainda ler-se na publicação, que volta a comparar os combatentes pró-palestinianos com o Daesh.
As três fotografias mostram dois bebés cujos corpos foram totalmente queimados e que estão irreconhecíveis e ainda um outro com a roupa manchada de sangue. A veracidade das fotografias não está comprovada por fontes independentes.
De acordo com o gabinete de Netanyahu, estas foram algumas das imagens mostradas ao secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken, que chegou esta quarta-feira a Israel.
Pouco depois da publicação do gabinete do primeiro-ministro de Israel, o próprio Antony Blinken confirmou que lhe foram mostradas as imagens. "É difícil encontrar as palavras certas. É para lá do que qualquer um queria imaginar", disse.
"Um bebé, uma criança, crivado de balas. Soldados decapitados. Jovens queimados vivos em carros... podíamos continuar, mas é simplesmente depravação da pior forma que se pode imaginar", acrescentou.
Blinken viu, assim, imagens que Israel garante terem sido causadas pelo Hamas, num caso que surge depois de toda a confusão relacionada com o kibutz de Kfar Aza e que até envolveu o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O exército de Israel e vários meios de comunicação começaram por avançar que tinham sido encontrados mortos 40 bebés naquela localidade, alguns deles decapitados. As primeiras publicações davam mesmo conta de que haveria imagens a testemunhar os crimes.
Já esta quarta-feira, Biden veio dizer que tinha visto essas mesmas imagens. "Nunca pensei que iria ver e ter imagens confirmadas de terroristas a decapitar crianças", disse Biden perante as câmaras.
Só que o exército e o governo israelita deram um passo atrás, dizendo que não é possível confirmar essa mesma informação. Mais tarde, a Casa Branca veio "clarificar" as declarações do seu líder: duas fontes da administração norte-americana afirmaram à NBC News que o Presidente estava a referir-se aos relatos oriundos de Israel, à versão do governo israelita e aos vários artigos noticiosos publicados por órgãos de comunicação social. A Casa Branca também confirmou ao Washington Post que o presidente americano não viu qualquer fotografia de bebés decapitados.