Netanyahu apresenta o seu plano pós-guerra - sem Autoridade Palestiniana, com as IDF e uma "zona tampão"

CNN Portugal , DCT
23 fev, 10:12
Benjamin Netanyahu (Associated Press)

O documento foi apresentado e discutido durante a noite com os ministros e o gabinete de segurança israelitas e voltou a destacar que, se Israel vencer o conflito, Gaza não terá qualquer influência da Autoridade Palestiniana.

Benjamin Netanyahu tem já o plano bem traçado: mesmo sem saber se, como ou quando vai vencer o conflito contra o Hamas, o primeiro-ministro israelita já sabe como quer que Gaza seja no pós-guerra - e será uma Faixa de Gaza livre de qualquer influência palestiniana ou de países ou entidades que apoiam o “terrorismo”, ou seja, o Hamas e a Jihad Islâmica.

Foi durante a noite que Benjamin Netanyahu apresentou aos ministros e ao gabinete de segurança israelitas os seus objetivos para a governação de Gaza e, segundo o Times of Israel, “o plano começa por estipular um princípio para o mandato imediato” e que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) continuarão a guerra até atingir os seus objetivos, que passam pela “destruição das capacidades militares e da infraestrutura governamental do Hamas e da Jihad Islâmica”, assim como pela “libertação dos reféns raptados a 7 de outubro”. Israel quer ainda livrar-se de qualquer ameaça à segurança da Faixa de Gaza a longo prazo, mas o jornal não especifica em que moldes.

O plano de Benjamin Netanyahu espelha a sua resistência à pressão internacional e prevê ainda a instalação de “funcionários locais”, não reconhecendo qualquer poder à Autoridade Palestiniana, pelo menos nos seus moldes atuais. O primeiro-ministro deixa claro que os militares israelitas manterão uma liberdade indefinida para operar em toda Faixa de Gaza – uma presença que o documento classifica como “um princípio de médio prazo”, mas sem especificar datas. 

Quanto à segurança, o primeiro-ministro israelita dá um plano abrangente e que vai além da Faixa de Gaza. Numa fase intermédia, diz o jornal, Israel manterá o controlo de segurança “sobre toda a área a oeste da Jordânia” (um objetivo já mencionado por Netanyahu), por terra, ar e mar “para evitar o fortalecimento de elementos terroristas” na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e “para frustrar ameaças deles em direção a Israel”, lê-se no documento citado pelo Times of Israel.

Naquilo que Netanyahu sempre disse como “o dia seguinte” depois da guerra, a “desmilitarização completa” de Gaza é também um dos objetivos de Telavive, assim como a criação de uma “zona tampão” da fronteira palestiniana com Israel. E no que diz respeito a fronteiras, o primeiro-ministro israelita quer ainda fechar a sua ligação terrestre com o Egito de modo a travar o contrabando, mas o jornal não detalha como será feito este ‘fecho de fronteira’.

Netanyahu quer ainda a desradicalização de todas as instituições, sejam religiosas, educacionais ou de assistência social, e diz que conta com o envolvimento e a assistência dos países árabes para isso.

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