Madrid tira chave de ouro da cidade a Vladimir Putin. Vox votou contra

30 mar 2022, 14:16
Vladimir Putin. Sergei Guneyev/Sputnik/AFP/Getty Images

Partido de extrema-direita Vox foi o único que se opôs à retirada da chave da cidade de Madrid ao presidente da Rússia, por considerar que a insígnia foi entregue ao povo russo e não a Putin

O município de Madrid decidiu na terça-feira, com os votos favoráveis do PSOE, PP, Ciudadanos, Más Madrid e Recupera Madrid, retirar a chave de ouro da cidade a Vladimir Putin, escreve o jornal espanhol El Mundo. A honra tinha sido concedida ao presidente russo em 2006, quando era presidente da autarquia madrilena Alberto Ruiz Gallardón, do PP.

Esta terça-feira, o único voto contra foi o do Vox, partido de extrema-direita, que justificou a oposição com o facto de a distinção não ter sido entregue a Putin, "mas ao povo russo". Ainda assim, Javier Ortega Smith, porta-voz do Vox, aproveitou a intervenção para comparar o presidente da Federação Russa aos separatistas da Catalunha, do País Basco, galegos e valencianos, classificando-o como um "tirano comunista".

A proposta foi apresentada pela porta-voz do Más Madrid, que, além da retirada da chave de ouro a Putin, prevê ainda novas medidas para apoiar refugiados ucranianos na cidade, nomeadamente através da criação de mais instalações de acolhimento, para períodos mais longos. O partido pediu ainda que o governo espanhol fosse instado a aplicar as sanções já aprovadas à Rússia e que a autarquia colabore com a identificação de imóveis de oligarcas russos na região da capital, para que possam ser bloqueados.

No total, o Más Madrid propôs 15 medidas, todas aprovadas em assembleia, ainda que o PSOE tenha acusado o partido progressista - que se descreve como a alternativa verde, feminista e de justiça social para Madrid - de aproveitamento, ao "procurar o seu espaço político" com a apresentação desta moção. 

Já a vice-presidente da câmara de Madrid, Begoña Villacís, dos Ciudadanos, também aproveitou a votação para criticar o Vox, dizendo que a "direitinha valente se torna cobarde quando se denuncia Putin", recordando os laços do partido de Santiago Abascal com figuras da extrema-direita europeia, nomeadamente a francesa Marine Le Pen ou o italiano Matteo Salvini, próximos do presidente russo.

A entrega da chave de ouro ao presidente Putin em 2006, dois anos depois dos atentados em Madrid, foi na altura justificada com o apoio que os dirigentes russos ofereceram a Espanha logo após o ataque que fez quase 200 mortos na capital espanhola.

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