Alverca-S. Pedro da Cova, 6-1 (crónica)

18 nov 2001, 18:58

IV Eliminatória da Taça de Portugal

A única equipa dos Distritais que resistia na Taça de Portugal, caiu neste domingo às mãos do Alverca, que não se contentou com menos do que uma goleada por 6-1. O resultado pouco surpreende, mas, na casa dos ribatejanos, ficou também clara a ousadia de um grupo que quis trocar as voltas ao guião que parecia previamente traçado, mas não teve forças para dar luta até ao fim. 

Sem medos. Foi assim que o S. Pedro da Cova entrou em campo, perante um Alverca que decidiu guardar alguns dos seus trunfos para desafios mais renhidos. A deixa ficou clara para os de Gondomar, que chamaram a si a tarefa de trazer as primeiras emoções ao jogo e entusiasmar um público repleto de adeptos do S. Pedro da Cova. 

Hugo era o timoneiro dos visitantes e fez dupla com Marinho no ataque, causando algumas dores de cabeça ao guarda-redes Ernesto, que viu a bola passar-lhe à frente da baliza, embater na barra, rasar um dos postes. Eram avisos a deixar adivinhar que a tarde não seria fácil para o guardião e a verdade é que o resultado pouco diz sobre as dificuldades que o Alverca sentiu durante o primeiro tempo de jogo.  

Apesar das oportunidades, o S. Pedro da Cova não conseguiu entender-se com a sorte e também se pode queixar disso para justificar o facto de apenas a três minutos do final ter presenteado o público que veio consigo com o primeiro tento. E, enquanto os visitantes desperdiçavam bolas, o Alverca recuperava a serenidade que convém a uma equipa da I Liga nestas condições e chamava o equilíbrio à partida. 

Vargas tomou as rédeas do ataque ribatejano e começou a dar réplica, perante uma defesa adversária a acusar inexperiência. O jogo passou a ser disputado taco-a-taco num ritmo frenético de oportunidades que dificilmente se deixaria prever antes do árbitro Bruno Paixão dar o apito de partida. E foi então que a criatividade de Vargas, sempre irrequieto, começou a traçar o destino ao S. Pedro da Cova, com o primeiro golo apontado aos 20 minutos. 

O primeiro tempo continuou a correr sempre com a mesma história. Os de Gondomar tiveram por várias vezes nos pés um empate precioso, mas Vargas voltou a fazer das suas perante a incapacidade de Zé Nando e companhia em travar-lhe as investidas. Resultado: o segundo chegou pela mão de Zeferino, com metade do golo a pertencer a Vargas, que tirou o cruzamento. 

Ao intervalo, o resultado de 2-0 era claramente injusto para os visitantes. Obra do azar, que tinha batido à porta do S. Pedro, mas tinha deixado livre o Alverca, para tirar proveito do contra-ataque. No segundo tempo, a história foi, no entanto, bem diferente. Diferente porque as pernas dos visitantes tinham já corrido muito em busca do golo e a correria começava a fazer mossa. Diferente porque Carlos Pereira, técnico do Alverca, fez substituições na equipa e deu novo vigor aos da casa. 

Anderson entrou para o lugar de Zeferino, que, tirando o golo e algumas situações de perigo, pouco mais tinha feito. O avançado trouxe novo alento ao ataque e fez dupla com Vargas para ditar a queda do S. Pedro da Cova. A eles juntou-se Cláudio Campos, muito discreto durante a primeira parte, mas a querer ajudar à festa no segundo tempo. 

Depois, foram os golos. O terceiro...o quarto, outro e mais outro. O reflexo perfeito do poder de uma equipa renovada frente a um conjunto já praticamente de rastos, mas que nunca sequer demonstrou o mínimo sinal de querer desistir. E a prova, foi o golo que Vieira marcou aos 87 minutos de jogo, para fazer o 6-1.

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