Quim promete ir «até aos tribunais para provar a inocência» no caso da nandrolona

12 ago 2002, 23:01

Suspenso durante seis meses O guarda-redes do Sp. Braga diz que o seu advogado está a tratar de tudo. Quer provar a sua inocência.

Embora satisfeito com o facto de poder voltar à competição, o guarda-redes do Sp. Braga assegura que «não vai desistir de provar a sua inocência». «Fico feliz, porque finalmente vou voltar a fazer aquilo que mais gosto, que é jogar futebol. Vou tentar dar o meu melhor e ajudar o meu clube», começou por dizer a propósito do seu iminente regresso ao activo.

Todavia, Quim, que esteve suspenso a partir de 15 de Fevereiro devido a um controlo positivo de anti-doping, cumpriu seis meses e não se conforma com a sua história. Apelida todo o processo «como confuso e cheio de dúvidas». «No meu caso nunca houve certezas de nada. Foi tudo muito estranho e ainda há bem pouco tempo li vários artigos que provam que a carne de porco provoca altos níveis de nandrolona», salienta, determinado a levar a sua causa até às últimas consequências.

«Passei os piores momentos da minha vida. É muito complicado quando se vai na rua e as pessoas olham para nós como se fossemos drogados. Sei que não fiz nada e estou inocente, mas também sei que vai ser difícil apagar esta imagem das pessoas», sublinha, garantindo que vai «até aos tribunais para provar a inocência». «Não sei contra quem ou como, mas já tenho o meu advogado a tratar de tudo. Se for possível vou avançar para os tribunais para provar que nada fiz», sublinhou.

«Dualidade de critérios»

Com vontade de esquecer o passado, o guarda-redes arsenalista não consegue disfarçar o desânimo que lhe cobre o rosto sempre que alguém lhe pede para descrever o que sente. Sem querer apontar o dedo a ninguém, Quim não deixa de lançar cá para fora algumas dúvidas. «Não sei se sou ou não perseguido, sei que houve momentos em que parece que só existia o Quim! Sei também que quando fui suspenso preventivamente não me deixaram jogar e agora o Kenedy do Marítimo está suspenso e pode jogar. Não percebo esta dualidade de critérios», desabafa.

Pronto para encarar o regresso, Quim lembra que as «dúvidas em torno da nandrolona lhe vou condicionar a vida». «Não sei o que fiz para acusar isto. E é óbvio que a partir de agora vou ter muito cuidado com a comida, porque para mim só pode ter sido da alimentação. Mas não sou só eu que tenho que ter cuidado, mas todos os jogadores, porque isto estraga a nossa vida. A mim levou-me seis meses da minha carreira», reconhece, prometendo voltar aos relvados com a mesma vontade de sempre. «Vou continuar a ser o mesmo Quim, a trabalhar muito em nome do clube¿ e, se calhar, fazer ainda mais e melhor».

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