Pelé critica Scolari em carta aberta

2 jan 2002, 17:38

Apelando ao respeito pelos valores tradicionais do futebol brasileiro O «rei» aconselha o seleccionador brasileiro a mudar o estilo de jogo, regressando a uma defesa de quatro elementos. E pelo meio tem uma referência elogiosa a... Jardel.

Se há alguém que pode falar de cátedra no que se refere à conquista de títulos mundiais, esse alguém é Pelé, único jogador na história do futebol a conseguir o troféu máximo em três ocasiões ¿ Zagallo conseguiu também três títulos, mas um deles como seleccionador. 

E é do alto do seu púlpito que Pelé dirige a Luiz Filipe Scolari uma série de recados que, em sua opinião, podem ajudar a selecção brasileira a chegar ao quinto título no Japão. 

Numa carta aberta publicada no «site» Pele.net, o rei não esconde as divergências com Scolari, no que se refere a conceitos estratégicos. Isso é ainda mais evidente quando enumera as razões dos problemas sentidos pelo escrete na fase de qualificação: «Boa parte do sufoco por que passámos poderia ter sido evitado se tivéssemos actuado com as três linhas (defesa, meio-campo e ataque) mais próximas. As melhores equipas do mundo jogam compactas numa faixa entre 30 e 40 metros. Nos últimos jogos da Selecção, os jogadores estavam espalhados num espaço de até 70 metros, deixando buracos enormes(...)». 

Nas entrelinhas, Pelé critica Scolari por não ser fiel aos tradicionais princípios de jogo no Brasil: «Embora pareça decidido a jogar com três defesas, acho que a nossa linha de defesa deveria ser formada por quatro homens: foi assim que conquistámos os títulos mundiais». Também no que se refere ao ritmo de jogo, Pelé faz um apelo aos valores tradicionais: «Devemos jogar como sempre o fizemos, num ritmo cadenciado. A troca veloz de bola é uma característica do futebol europeu, não nossa. Quando defrontamos equipas europeias, sempre conseguimos impor o nosso estilo». 

Pelo meio das críticas, Pelé tem ainda espaço para enumerar o valioso lote de avnçados à disposição de Scolari, acrescentando que a escolha não se esgota em Romário e Ronaldo. Entre os dez nomes referidos pelo rei, surge o de uma figura bem conhecida dos portugueses: Mário Jardel, pois claro...

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