«Árbitro do Portugal-França em contradição», diz Abel Xavier

13 nov 2000, 19:58

Português continua a contestar suspensão de nove meses O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) reuniu-se hoje para analisar o recurso de Abel Xavier e, para o internacional português, houve um dado positivo, na contradição do árbitro Guenter Benko. Mas Abel não se mostra demasiado optimista. E queixa-se de falta de apoio da Federação.

Abel Xavier considera que houve sinais positivos na sessão de hoje do Tribunal Arbitral de Desporto (TAD), que se reuniu para julgar o recurso que o internacional português apresentou, contestando a suspensão de nove meses que lhe foi imposta pela UEFA, após o Portugal-França da meia-final do Euro-2002. 

O actual jogador do Everton diz que o árbitro austríaco Gunter Benko entrou hoje em contradição com o depoimento escrito que tinha feito. «Primeiro disse que eu o agredi numa parte do corpo, agora disse que foi noutra», explicou o internacional português ao Maisfutebol, considerando que esta contradição prova o que sempre alegou: «Eu não agredi o árbitro, e todas as testemunhas confirmam isso, ou dizem que era impossível ter a certeza.» 

No entanto, Abel não se mostra demasiado optimista em relação à decisão, que deverá ser conhecida daqui por duas semanas. «Este tribunal também está de algum modo dentro da esfera desportiva e há muitos interesses por trás», insinua, repetindo que não desistirá de lutar pela «dignificação» do seu nome e que poderá ir até aos tribunais comuns, nomeadamente ao tribunal europeu. 

«O único apoio que tive foi dos emigrantes» 

Abel Xavier diz que neste processo só lamentar «estar sozinho», numa crítica implícita à falta de apoio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). «As pessoas deviam ter consciência que eu represento o país, que represento uma causa, uma boa causa. Gostava de uma chamada de afecto, o que não aconteceu. O único apoio que tive aqui, por incrível que pareça, foi dos emigrantes», desabafa. 

O Tribunal Arbitral tem três juizes, dois deles escolhidos por cada uma das partes e um terceiro pelo próprio tribunal. Abel Xavier é representado no processo por Jean-Louis Dupont, que foi o advogado de Jean-Marc Bosman no caso mais famoso do desporto europeu.

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