Da confiança de Nuno à entrada de Baía

24 jun 2000, 23:15

Destaques do Portugal-Turquia Nuno Gomes mostrou uma confiança assustadora, Figo reforçou a candidatura a jogador mais espectacular do Europeu, Vitor Baía entrou finalmente na prova. Esta é, definitivamente, uma grande equipa.

Nuno Gomes

É talvez, a par de Costinha, o jogador que mais reforçou o seu estatuto de selecção neste Europeu. Novamente preferido para jogar na frente (está a fazer treinos fantásticos), ganhou asas após o golo à Inglaterra e exibe uma confiança que chega a ser assustadora. Impecável no aproveitamento das oportunidades de que dispôs ¿ no que contrastou de forma flagrante com os companheiros ¿ teve ainda um punhado de apontamentos técnicos dignos de o fazer entrar por direito próprio na galeria dos artistas. 

Figo

Depois dos problemas sentidos no jogo com a Roménia, esperava-se a confirmação de tudo o que mostrara diante da Inglaterra. Ela chegou, inteirinha, com excepção do golo merecido que lhe fugiu. Mas os dois passes para golo, mais um punhado de preciosidades técnicas de tirar o fôlego, voltam a colocá-lo na «pole position» para o título de jogador mais espectacular deste Europeu. Têm dúvidas? Então revejam lá o lance do segundo golo, se faz favor... 

Vítor Baía

A defesa ao «penalty» de Arif ¿ decisiva estocada na motivação adversária - marca a sua verdadeira entrada em cena neste Europeu. Até pelas suas declarações se percebia que, depois da lesão, precisava de um factor de confiança extra, algo que não lhe tinha sido possível conseguir nos jogos com a Inglaterra e a Roménia. «Finalmente senti-me útil», desabafou no final. Se é verdade a velha máxima de que não há uma grande equipa sem grande guarda-redes, Portugal juntou ontem a última peça do «puzzle». Definitivamente, esta é uma grande equipa. 

Paulo Bento

Claro que os artistas estão sempre na primeira linha, das atenções, e esse é um clube ao qual não quer pertencer, apesar de dispor de excelentes argumentos técnicos para tal. Discreto, generoso até ao limite, tem sido o porto de abrigo desta equipa, aspecto que se tornou especialmente notado a meio da primeira parte, quando a selecção começou a hesitar no caminho. Ele não: nunca tem dúvidas e raramente se engana. Bem merece um óscar para melhor actor secundário. 

Dick Jol

A atestar a qualidade das exibições portuguesas neste Europeu está o facto de, até este jogo, ninguém ter perdido um minuto para falar das arbitragens. Mas o árbitro holandês, que já tinha apitado o Portugal-Alemanha, sem grandes sobressaltos, foi um dos protagonistas involuntários da tarde: um critério disciplinar pouco coerente e alguma inabilidade na forma como tentou impedir que as coisas endurecessem tiveram como corolário um concerto de apito na primeira parte. O seu maior erro, entretanto, foi em benefício de Portugal, dado que poupou o segundo amarelo a Fernando Couto no lance do «penalty» sobre Arif.

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