Apoteose em Braga: o mesmo guião, um desfecho diferente

23 mai 2016, 08:10

Do Jamor à cidade dos arcebispos, uma festa que que se aguardava há 50 anos

A história começou com contornos dramáticos, o empate do FC Porto já para lá da hora fez o Sp. Braga reviver todo o filme da final da época passada, mas no final o desfecho foi completamente diferente e os Guerreiros, escudados em Marafona nas grandes penalidades, fizeram a Taça de Portugal regressar a Braga cinquenta anos depois.

Festa de arromba na Capital do Minho. A festa, e que festa, que era aguardada há cinquenta anos. Exatamente há cinquenta anos, uma vez que foi a 22 de maio de 1966 que os arsenalistas tinham levantado pela primeira vez, e única até ontem na sua história, a Taça de Portugal.

Desde cedo pôde ler-se numa tarja colocada na bancada do Jamor “viemos para vencer”, num sinónimo de esperança por parte dos adeptos bracarenses. Num dos mais cem de autocarros que partiram da capital minhota a mensagem era diferente: “é desta”. Enunciado diferente, mas com um fim semelhante, a crença numa vitória. Entre a crença e a realidade foram apenas 120 minutos de bola, mais oito grandes penalidades.

Depois disso a festa foi rija e começou desde logo no Jamor, com extensão até à Praça do Município, em Braga, onde o jogo foi transmitido num ecrã gigante. Emoções à flor da pele no seu estado mais puro para os adeptos do Sp. Braga com a grande penalidade convertida por Marcelo Goiano.

António Salvador, líder histórico dos bracarenses, foi levantando em ombros empunhando a Taça de Portugal pelos jogadores ainda na tribuna do Jamor. O presidente que transfigurou o Sp. Braga na última década foi depois novamente levantando em ombros, já junto ao relvado, desta feita pelos adeptos.

No coração da cidade de Braga, na Praça do Município, ninguém arredou pé e a receção foi apoteótica quando o trio-elétrico rompeu no banho de multidão, depois de feito o transbordo no Estádio Municipal de Braga do autocarro que transportou a equipa desde Oeiras.

Bandeiras ao alto, fumo vermelho e um orgulho a transbordar, tal como a Praça do Município, que rebentou pelas costuras quando passava meia hora das três da manhã, com a chegada da equipa.

Para ajudar a pintar o quadro, a Taça de Portugal foi entregue pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, adepto confesso e associado do Sp. Braga. Um quadro histórico para o Sp. Braga, com gritos de campeões, traçado a roçar a perfeição.

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