II Liga: Académica-Moreirense, 1-0 (destaques)

21 abr 2002, 18:01

A alma de Dário e o cérebro de Tonel Dário foi o pulmão, Tonel o defesa que segurou as pontas. E um lateral surpreendente: Vital.

A alma de Dário

Fez uma primeira parte de grande nível. O internacional moçambicano foi o motor da equipa na melhor fase da Académica, sobretudo na primeira meia hora, altura em que a turma da casa poderia ter feito mais do que um golo. Rápido, lutador, generoso, dinamizou o lado direito do ataque e por vezes também aparecia na esquerda, confundindo por completo a defesa do conjunto minhoto. Inesperadamente, baixou alguns furos na segunda metade, ressentindo-se talvez do ponto de vista físico do elevado ritmo que imprimiu na primeira metade. Mas o que o fez nos primeiros 45 minutos foi suficiente para merecer um dos principais destaques deste jogo: é ele que está na jogada que origina a grande penalidade a favor da Académica, foram dele a maioria dos lances de perigo criados pela equipa da casa.

Tonel, o cérebro

A grande referência da defesa academista. O sector recuado foi aquele que mais problemas causou à equipa de Coimbra, mas na hora dos apertos, Tonel esteve sempre no sítio certo, no momento exacto. Roberto, avançado do Moreirense, que o diga: em dois lances em que o golo parecia inevitável, o central cedido pelo F.C. Porto à Académica impediu que o golo da equipa visitante fosse uma realidade. Uma mescla de atenção e rigor, nunca caindo numa dureza em excesso. Está um senhor jogador. Não admira que José Mourinho, o treinador do F.C. Porto, se tenha lembrado dele quando expôs, há alguns dias, as várias opções de que dispõe no plantel portista para o lugar de defesa-central.

Ajuda Vital

Um lateral-esquerdo muito completo. Joga a todo o comprimento do campo, num constante vaivém da defesa para o ataque. Bem a tapar os caminhos do lado direito do ataque do Moreirense e muito presente nas tentativas de ataque da Académica: não por acaso, grande parte delas foram efectuadas pelo flanco esquerdo. Fez o golo da vitória, marcando a grande penalidade com segurança e precisão. Uma das melhores exibições da tarde.

Nas mãos de João

O guarda-redes do Moreirense teve uma tarde de muito trabalho. A produção ofensiva dos estudantes foi elevada: o facto de só por uma vez (e de grande penalidade...) a Académica ter conseguido marcar a muito se deve a João. Destemido, o guardião do Moreirense evitou um desaire ainda maior para o ex-líder da II Liga. Defendeu (quase) tudo: os remates de Kibuey, as investidas de Dário, os tiros de surpresa de Tó Sá e Luís Cláudio. Só não evitou a... derrota.

Roberto e os falhanços

O Moreirense recusou o destino e tentou até ao último minuto o golo do empate. Roberto protagonizou a esmagadora maioria das tentativas visitantes de chegar ao golo. Mas o avançado não estava nos seus dias e falhou, falhou, falhou... Às vezes, na área, sem nenhum defesa da Académica à frente. Ou perdia o tempo de remate, ou falhava o alvo. Assim é difícil marcar...

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