Dinheiro divide Liga e FPF

13 jul 2001, 23:10

Próximos dias podem ser polémicos A FPF quer que a Liga paga mais por organizar os campeonatos, mas os clubes não querem ouvir falar de quantias superiores aos 155 mil contos actuais.

O sorteio das ligas profissionais acabou por iniciar-se um pouco mais tarde que o previsto, uma vez que os representantes dos clubes resolveram conversar antes da cerimónia para debater duas questões relacionadas com encargos financeiros. «Tratou-se de uma reunião informal», apressou-se a esclarecer o presidente da Liga, não escondendo, ainda assim, que os assuntos debatidos eram importantes. 

A FPF apresentou recentemente à Liga uma proposta de protocolo financeiro. O organismo que gere o futebol profissional paga todos os anos 155 mil contos à federação pelos direitos de organizar as duas competições mais importantes do futebol português, mas a FPF quer receber mais, por isso apresentou um novo figurino no qual receberia dois milhões de contos pelas próximas quatro temporadas, cenário que os clubes recusaram hoje em Santa Maria da Feira. 

Debatido e apovado foi igualmente um desejo antigo, muitas vezes defendido pelo presidente do F.C. Porto, Pinto da Costa, e que passa pela exigência de pagamento estatal dos vencimentos dos jogadores quando estes estão a representar a selecção nacional. 

Gilberto Madaíl, presente no Europarque, soube desta reunião e destas decisões pelos jornalistas e não se quis tecer grandes comentários. «A Liga é um órgão da FPF, por isso vamos ter de conversar sobre todos esses assuntos. Já chegámos a um entendimento noutras matérias e também vamos chegar nesta», prevê o presidente da federação. «Apresentámos uma proposta global e esperamos agora que nos digam alguma coisa». 

Quanto à questão dos ordenados dos futebolistas que envergam a camisola nacional, Madaíl foi mais irónico. «É uma pretensão legítima, mas então quando os jogadores forem transferidos depois de brilharam a jogar por Portugal a FPF também tem de ser compensada», afirmou.

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