Marítimo-Leiria, 2-1 (crónica)

11 mar 2001, 20:11

Pouca produção deu em vitória O Marítimo voltou às vitórias num jogo praticamente isento de oportunidades de golo. Valeu pela atitude, especialmente na primeira parte, enquanto durou a vantagem. Depois foi luta a meio-campo e aposta no ataque. Sempre sem sucesso. Teve de ser um defesa, de resto, a assegurar os três pontos.

Quatro jornadas depois, o Marítimo conseguiu regressar às vitórias, embora com muito sufoco e um pouco de sorte. É que os verde-rubros tiveram uma entrada de leão, mas deixaram-se adormecer com o golo leiriense. Só a dois minutos do final da partida, os madeirenses, com um golo de Paulo Sérgio, conseguiram o que todos os espectadores já consideravam impossível: o triunfo por 2-1. 

As duas equipas entraram em campo com disposições bem diferentes. Os locais queriam chegar cedo ao golo, enquanto os visitantes, sem nada a perder e sem qualquer pressão, trataram de tapar os caminhos para a sua baliza. Nelo Vingada lançou um trunfo e conseguiu sucesso com essa aposta. Colocou em campo o jovem brasileiro Ronaldo, que nos primeiros dez minutos deu muitas dores de cabeça à defensiva leiriense e conseguiu mesmo estrear-se da melhor forma, ao colocar a sua equipa a vencer por 1-0. Foi talvez a jogada mais bonita do encontro, pelo passe decisivo de Joel, a brilhante simulação de Iliev e a calma de um caloiro a finalizar. Estava traduzido o domínio atacante dos maritimistas na parte inicial do jogo, que prometia muita animação. Puro engano. 

O Leiria reagiu, muito calmamente, e aos 26 minutos, num lance onde os defesas locais e o seu guarda-redes Gilmar não estão isentos de culpas, Nuno Valente levou a melhor sobre Paulo Sérgio e Albertino e, ao rematar fraco, conseguiu bater o gigante Gilmar. Até ao final da primeira parte, assistiu-se a muita luta a meio campo, com algumas picardias que levaram o árbitro Paulo Costa a puxar da cartolina amarela por cinco vezes. 

Nelo Vingada arrisca mas não petisca 

Nos segundos 45 minutos, a toada do encontro não mudou. O Marítimo tinha mais tempo a posse de bola, atacava mais, mas não criava situações perigosas. Quem também não lhe ficava nada atrás neste aspecto era a turma de Leiria. Aos 63 minutos, já com Porfírio em campo, o capitão visitante cometeu uma falta não assinalada por Paulo Costa e que lhe devia valer o segundo cartão amarelo e, consequentemente, a expulsão. O juiz nada assinalou.  

Nelo Vingada arriscou o tudo por tudo ao colocar em campo três jogadores de características ofensivas: Porfírio, Musa Shannon e Quim. Só que o proveito foi quase nulo. A partida continuava repartida a meio-campo, com excepção para um lance de Musa Shannon, que se deixou antecipar por Costinha, após uma boa assistência de Joel. 

Paulo Sérgio, o salvador 

Tudo parecia resolvido e público local já dava mostras de não acreditar na sua equipa. Mas a sorte sorriu então à equipa madeirense quando, aos 88 minutos, o central Paulo Sérgio foi lá abaixo e, após cruzamento de Iliev, conseguiu desfeitear pela segunda vez o guarda-redes Costinha, numa falha de marcação defensiva da equipa de Manuel José. 

Os restantes minutos de jogo, pouco ou nada trouxeram de novo. O Marítimo defendeu com unhas e dentes a vantagem conquistada, enquanto o Leiria atacou sem criar perigo. Cumpriu-se a tradição de os leirienses não vencerem na Madeira, pois nas últimas seis épocas, o melhor que conseguiram foi uma igualdade na temporada transacta. 

O Marítimo deu um pontapé na descrença e na ansiedade que poderia começar a apoderar-se da equipa e conseguiu um novo alento para o resto dos encontros da I Liga. Lutou-se muito, jogou-se pouco e acabou por vencer a equipa mais feliz e que aproveitou as poucas oportunidades de golo.

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