Campeão 18 anos depois
João Paulo II esteve em Fátima, o Mónaco foi campeão de França e até Maria Bethânia voltou a actuar em Lisboa, desta vez acompanhada pelo irmão Caetano. O ano de 1982, último do reinado do leão no futebol português, era assim revisitado em várias coincidências. Os mais supersticiosos terão logo pensado que desta vez é que era.
A 14 de Maio de 2000 - 18 anos e cinco dias depois da última conquista - o Sporting Clube de Portugal sagrou-se campeão nacional de futebol pela 17ª vez ao bater o Salgueiros, em Paranhos, por 4-0, na vitória mais folgada de toda a época.
O F. C. Porto, que no mesmo dia perdeu com o Gil Vicente em Barcelos, ficou a quatro pontos de distância e viu interrompido um domínio absoluto de cinco anos. O novo campeão somou 77 pontos, marcou 57 golos e sofreu 22.
A festa esteve prevista para 6 de Maio, quando o Sporting recebeu o Benfica na penúltima jornada. Uma vitória garantiria desde logo o almejado título. Alvalade encheu, mas os vizinhos da segunda circular não estiveram pelos ajustes e ganharam o jogo com um golo de Sabry. Do Egipto, terra de muito calor, chegou um gelo aterrador para 45 mil pessoas.
Os ânimos refrearam-se, mas a confiança manteve-se. Afinal, como o treinador Augusto Inácio disse desde cedo, este teria que ser o campeonato do sofrimento.
Quando soou o apito final do jogo com o Salgueiros, a espontaneidade de um grito de vitória reprimido durante 18 anos coloriu o país de verde e branco. E nem sequer faltaram benfiquistas a aliar-se à festa.
À beirinha do século XXI, o país futebolístico conheceu um ponto de viragem. O www.maisfutebol.iol.pt, na continuidade do trabalho desenvolvido no portal IOL, ajuda-o a recordar todas as linhas com que se escreveu a história do renascimento do leão.