França confirma primeiro caso de Monkeypox

20 mai 2022, 10:26

Varíola dos macacos foi detetada em França num homem de 29 anos, que vive na região de Paris. Estado do doente não é grave

As autoridades sanitárias de França identificaram o primeiro caso de varíola dos macacos no país, na região de Paris, um dia depois de ter sido detetado o primeiro  caso suspeito.

Segundo um comunicado das autoridades de saúde citado pelo Le Parisien, o doente é um homem de 29 anos com residência na Île-de-France, "sem antecedentes de viagem para um país onde o vírus circule".

O estado do doente não é grave, estando o homem em isolamento no seu domicílio.

"Um inquérito epidemiológico aprofundado está a ser realizado", refere ainda o comunicado das autoridades francesas, que acrescenta que "as pessoas que tenham  contactado com este doente estão a ser identificadas".

Nos últimos dias, dezenas de casos da varíola dos macacos foram reportados em diferentes países europeus, incluindo Portugal, e na América do Norte. Surtos desta dimensão não são habituais. 

Atualmente, Portugal tem já 23 casos confirmados da doença e ontem, quinta-feira, o Centro Europeu de Controlo de Doenças Europeu (ECDC) emitiu uma nota com recomendações para travar o contágio do vírus. Segundo o organismo, “os casos suspeitos devem ser isolados e testados e notificados imediatamente”, sendo que o organismo destaca ainda a possibilidade de se recorrer à vacina da varíola humana para travar a cadeia de contágio da varíola dos macacos.

Doença transmitida de animais para humanos

A varíola dos macacos é uma doença rara causada por um vírus ao qual foi dado o mesmo nome. Sabe-se que pertence aos vírus do tipo Ortopoxvírus, tal como o vírus da varíola comum ou aquele que causa a varíola das vacas.

A forma como este vírus se instala nos seres vivos é, no entanto, desconhecida, sabendo-se apenas que mamíferos como roedores e primatas originários de África podem ser hospedeiros da doença e transmiti-la aos seres humanos. É aquilo a que se chama uma doença zoonótica, tal como a covid-19, porque é transmitida de animais para humanos.

Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças da Europa (ECDC, na sigla original) destaca que este vírus é o mais prevalente do tipo Ortopoxvírus desde a erradicação da varíola comum.

De acordo com o CDC, os efeitos da varíola dos macacos em seres humanos são semelhantes, embora menos graves, aos verificados numa infeção por varíola comum. A doença começa com febre, dores de cabeça, espasmos musculares e cansaço. A grande diferença entre a varíola dos macacos e a comum é que a primeira provoca inchaço nos nódulos linfáticos.

O período de incubação da doença costuma ser de 7 a 14 dias, mas pode variar entre os 5 e os 21 dias em relação à exposição.

Assim que aparece a febre, até três dias depois devem manifestar-se também sintomas dermatológicos, como o aparecimento de zonas irritadas na pele. É também comum outros sintomas na pele como máculas, pápulas, vesículas, crostas ou pústulas.

Costuma durar entre duas a quatro semanas.

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