Isolamento e vacinação. ECDC emite as primeiras recomendações para a varíola dos macacos

19 mai 2022, 12:48
Vacina  (AP Photo/John Locher, File)

O Centro Europeu de Controlo de Doenças admite que, se os países tiverem vacinas disponíveis, podem até vacinar contactos próximos de alto risco

Dias depois do conhecimento dos primeiros casos de varíola dos macacos no Reino Unido, em Espanha e em Portugal - onde já foram confirmadas 14 pessoas infetadas -, o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) emitiu esta quinta-feira uma nota com recomendações para travar o contágio do vírus.

Segundo o organismo, “os casos suspeitos devem ser isolados e testados e notificados imediatamente”, sendo que o organismo destaca ainda a possibilidade de se recorrer à vacina da varíola humana para travar a cadeia de contágio da varíola dos macacos.

Se as vacinas contra a varíola estiverem disponíveis no país, a vacinação de contactos próximos de alto risco deve ser considerada após uma avaliação de risco-benefício. Para casos graves, o tratamento com um antiviral registado pode ser considerado, se disponível, no país”, diz o organismo.

Portugal adquiriu, em 2008, vacinas de primeira geração contra a varíola, que iriam fazer parte da reserva estratégica de medicamentos em Portugal. Em declarações à CNN Portugal, Luís Mendão, médico e responsável nos serviços da IPSS, o Grupo de Ativista em Tratamento (GAT), acredita que “as vacinas que estão na reserva estão em condições de usar usadas quando necessário". "Não faria sentido ter em reserva vacinas que não são eficazes”. No entanto, salienta que “tem de haver um parecer técnico” para que sejam administradas. 

Daqui a meia dúzia de dias, quando tivermos dimensão do surto, poderemos usá-las em pessoas que estão em maior risco de se infetarem”, admite.

A CNN Portugal contactou a DGS para saber quantas vacinas destas Portugal tem, mas até ao momento não obteve resposta.

O ECDC recomenda ainda os profissionais de saúde a fazerem um “diagnóstico diferencial para indivíduos que apresentem sintomas clínicos compatíveis" e que entrem "em contacto com serviços especializados”, deixando o alerta para comportamentos de risco:

“As organizações de saúde pública e organizações baseadas na comunidade devem tomar medidas para aumentar a conscientização sobre a potencial disseminação da varíola em comunidades de indivíduos que se identificam como MSM (sigla inglesa para homens que fazem sexo com homens) ou fazem sexo casual ou que têm múltiplos parceiros sexuais”.

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