F.C. Porto aprova orçamento de contenção

29 nov 2002, 20:50

Despesas no futebol profissonal reduzidas em sete milhões de euros As despesas com o futebol profissional serão reduzidas em sete milhões de euros em relação à época passada.

Os accionistas da F.C. Porto, futebol SAD aprovaram por unanimidade as contas de 2001/2002 e o orçamento para 2002/03 da sociedade, na Assembleia Geral que decorreu esta sexta-feira no auditório do Estádio das Antas e contou com 62 por cento dos accionistas.

Para o próximo ano, a ordem é de contenção de custos. A começar pelo futebol profissional, onde as despesas deverão ser reduzidas em sete milhões de euros (1,4 milhões de contos) em comparação com a época passada. Os custos com pessoal também serão reduzidos, de 57 para 52 milhões de euros, ou seja, menos 16 por cento do que na época anterior. «Isto resulta da política de aposta em jogadores portugueses e de contenção salarial», explicou Fernando Gomes, administrador da SAD. A parcela mais elevada nas contas dos «dragões» é dedicada ao pagamento de salários, com cerca de 85 por cento das receitas a ser direccionada para os profissionais do clube.

Apesar da redução nas despesas, a SAD prevê, ainda assim, um prejuízo de 3 milhões de euros (600 mil contos) e um encaixe de 12 milhões de euros (2,4 milhões de contos) em receitas extraordinárias.

No que respeita a 2001/2002, a SAD «azul e branca» registou um resultado negativo de 15,9 milhões (3,18 milhões de contos), apesar das vendas de Jorge Andrade ao Deportivo de Corunha (9 milhões de euros mais o passe do guarda-redes Nuno), Carlos Parede ao Reggina (4,8 milhões de euros) e da presença da Liga dos Campeões (10 milhões de euros). O encaixe previsto foi apenas pouco mais de metade do que o prognosticado. Como receita extraordinária relevante, o F.C.Porto encaixou 2,4 milhões de euros (500 mil contos) resultantes da venda de 25 por cento do capital da FC Porto Multimédia à Sportinveste.

Como despesas extraordinárias a SAD teve que contar com as rescisões dos contratos com os futebolistas Domingos, Pizzi, Alessandro e Maric (seis milhões de euros).

O aspecto mais positivo do relatório apresentado esta sexta-feira refere-se à inversão do resultado do «cash-flow», que tinha sido, pela primeira vez, negativo em 2000/2001 e voltou a ser positivo na época passada (1,6 milhões de euros).

No final da Assembleia, Fernando Gomes revelou a intenção de reduzir os custos da SAD: «O F.C. Porto tem de seguir uma política de redução de custos, de modo a aproximá-los dos proveitos. Temos que fazer um esforço. Os anos posteriores à Lei Bosman fizeram com que se tenham contratado jogadores cujo rendimento não foi o previsto e a aposta nos jogadores no mercado nacional é um pequeno passo para a contenção».

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