Eusébio Cup voou para Amesterdão
A Eusébio Cup foi parar a Amesterdão desta vez, com o Ajax a vencer um Benfica que está longe de ser perigoso e vibrante como já foi noutras edições do troféu de homenagem à figura maior do clube da Luz. Um golo esquisito numa partida amena deu o triunfo à formação holandesa no regresso do campeão nacional a casa.Jorge Jesus já pediu qualidade para o grupo. Na véspera deste jogo, pediu tempo, compreensão, paciência. A pré-época costuma ser, por vezes, enganadora. Há muitos exemplos espalhados pela história do futebol português. Ainda assim, perante um adversário que preferiu sempre trabalhar mais a posse de bola do que aproveitar momentos para rasgar jogo [a transição ofensiva], o Benfica demonstrou que ainda está longe da harmonia de uma equipa pronta para ferir rivais, embora tenha tido ocasiões de sobra para empatar. O problema é que também tem muita gente a querer fazer muito e só a fazer mal.
Os regressos de Maxi Pereira e Toto Salvio à titularidade aproximavam os onze em campo
Mas antes disso, houve Benfica. Talisca fez bons minutos iniciais. Jogar ao lado de Ruben Amorim e ter Gaitán e Salvio nas opções de passe é outra coisa. O passe do brasileiro aos sete minutos para Gaitán merecia um golo do argentino. Vermeer resolveu essa questão, como resolveria todas as outras. Aliás, se for pelos números, o guarda-redes do Ajax sai como o melhor em campo [até porque defendeu um penálti mas a isso já lá vamos].
Depois de Gaitán, houve Cardozo e Talisca [pode claramente crescer nesta equipa] a tentar. Vermeer estava lá e o Ajax, pelo meio, nas distrações do Benfica [muitas vezes atrasado a pressionar] lá chegava à área de Artur. À terceira vez, o brasileiro teve mesmo de defender o remate de Lucas Andersen, para depois Kishna deixar César para trás e criar o 1-0. Um golo estranho, com o central ainda a conseguir recuperar, Artur meter-se ao barulho, mas se ninguém dar um grito a meter ordem: melhor ainda teria sido dar um pontapé na bola para longe, mas disso ninguém se lembrou.
Enfim, o Benfica sofreu um golo que mostrou brechas num sítio que foi quase de betão na época passada: Garay foi para o Zenit, Luisão está lesionado. Um não volta, o outro é demasiado necessário para pôr ordem na casa. Ao intervalo de um jogo morno, vencia a equipa que tinha tido bola, mas pouco mais do que isso.
Avancemos para o final da partida. Parece que Jorge Jesus precisa de começar a tirar algumas conclusões
Por isso, entre todos, o melhor do segundo tempo foi mesmo holandês: e jogou no Benfica. Ola John trouxe velocidade e até agressividade. Uma novidade em relação ao que se viu nos meses que esteve na Luz em 2014/15. Conseguiu, inclusive, combinar com Benito primeiro e depois com Eliseu. Basicamente, foi ele que promoveu o assalto final à baliza de Vermeer. Mas nem Bebé, nem João Cancelo e nem Jara, este de penálti, conseguiram empatar a partida.
Ola John também teve uma extraordinária ocasião para fazer o 1-1 e foi feia a imagem de tamanho desperdício de um dos melhores dos encarnados. Quanto à ideia geral do Benfica, somou a terceira derrota seguida e precisa de dar passos decisivos nesta pré-temporada: até para quem está dentro de campo perceber que fica [ou vai embora] e assim melhorar bastante as decisões que toma no relvado. Porque se isso tive existido, este simpático Ajax [campeão holandês, mas com várias ausências] talvez não levasse a Eusébio Cup para casa como levou.