4 mortos, 14 feridos, 14 andares consumidos pelo fogo em 30 minutos: Valência, incêndio em prédio com 450 pessoas

CNN Portugal , NM (notícia atualizada às 23:50)
22 fev, 18:52

Chamas deflagraram no quinto piso do edifício - e depois consumiram rapidamente toda a estrutura

Pelo menos quatro pessoas morreram e 14 ficaram feridas na sequência de um incêndio num edifício residencial de 14 andares no bairro de Campanar, em Valência, anunciou o vice-diretor-geral de Emergências, Jorge Suárez, citado pelo jornal La Provincia. As vítimas mortais foram encontradas no exterior do edifício, pelo que as autoridades estimam que o número poderá ser maior assim que os bombeiros conseguirem entrar no interior do prédio.

Em apenas 30 minutos, o incêndio consumiu toda a infraestrutura - um prédio de 138 apartamentos, onde vivem cerca de 450 pessoas, segundo declarações ao El País feitas pela autarquia local.

Ao que noticia o El Mundo, ainda "há pessoas presas no interior dos apartamentos". A mesma fonte dá conta da dificuldade que os bombeiros estão a ter perante a dimensão do incêndio e da coluna de fumo, que já pode ser vista a vários quilómetros de distância.

Dos 14 feridos que já receberam assistência médica no local, seis são bombeiros que estavam a combater o incêndio - dois foram ao hospital por inalação de fumo e queimaduras nas mãos e outro com uma fratura no pulso. Entre os feridos há nove homens, com idades entre os 25 e os 57; quatro mulheres, entre os 27 e os 81 anos; e há ainda uma criança de sete anos.

Dos moradores que estavam no interior dos apartamentos, um homem foi transferido por inalação de fumo para o Hospital Geral, duas pessoas do sexto andar foram encaminhadas também por inalação de fumo para o hospital Doutor Peset e um menor de nove anos foi para o Hospital 9 de Octubre. 

As equipas de emergência espanholas mobilizaram um hospital de campanha para o local, que entretanto foi desmantelado, assim que os moradores do edifício que conseguiram escapar às chamas já estavam instalados em hotéis.

A Comunidade de Valência ativou o nível dois do plano de emergência, que visa responder a ocorrências com “danos extensos”. Este nível só é acionado quando é necessária a criação de um centro de coordenação para lidar com um incidente e é necessária a mobilização de recursos extraordinários.

A autarquia já “mobilizou todos os meios de combate a incêndios disponíveis e solicitou também a colaboração do Consórcio Provincial de Bombeiros, que enviou ao edifício quatro equipas dos municípios de Burjassot, Moncada e Torrent”, como noticia a Efe.

A agência espanhola Efe detalha que as chamas deflagraram no quinto piso do edifício, construído em 2005, e que se propagaram rapidamente pela fachada da infraestrutura. O alerta foi dada por volta das 17:30 locais (16:30 em Portugal continental).

Em declarações à agência Efe, Esther Puchades, vice-presidente do Colégio de Engenheiros Técnicos Industriais de Valência, considera que a rapidez de propagação das chamas e a voracidade do incêndio se deveu ao revestimento de poliuretano presente na fachada do edifício, o que classifica como “um produto completamente inflamável”.

“Em 2005 – data da construção do edifício danificado – a má reputação do poliuretano não era tão difundida. Hoje não é utilizado, pelo menos não dessa forma”, apontou a especialista em referência ao material que também estava presente no fogo Torre Grenfell, em Londres, em 2017.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, reagiu na rede social X, onde se mostrou consternado com o incidente e garantiu que Valência terá "toda a ajuda que for necessária”.

O El Mundo noticia que os bombeiros resgataram um pai e uma filha de uma das varandas do edifício. As autoridades espanholas pediram à população, através das redes sociais, que não se aproximem daquela zona da cidade valenciana, porque “pode ser perigoso e para facilitar o trabalho das equipas de emergência”.

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