Elon Musk diz que vai avançar com um "processo termonuclear" contra empresas que estão a sair da X por promover "discurso de ódio"

CNN Portugal , com Lusa
18 nov 2023, 23:47
Elon Musk (GettyImages)

 

 

Musk é acusado de promover mensagens antissemitas no X, rede social que comprou no ano passado

Diversas empresas norte-americanas anunciaram que vão retirar publicidade da X devido ao aumento do discurso de ódio na rede social e na sequência de comentários do seu proprietário, Elon Musk, considerados antissemitas e já condenados pela Casa Branca.

Fontes oficiais da Comcast e da NBCUniversal confirmaram à agência AP que as empresas de entretenimento “pararam” a publicidade na X, depois de a IBM ter feito o mesmo, em reação a um relatório que concluiu que os seus anúncios estavam a aparecer juntamente com material pró-nazi.

“A IBM tem tolerância zero para o discurso de ódio e discriminação e suspendeu imediatamente toda a publicidade na X enquanto investigamos esta situação totalmente inaceitável”, disse a empresa em comunicado.

O relatório, do grupo de defesa liberal Media Matters, refere que anúncios da Apple e da Oracle também foram colocados ao lado de material antissemita na X, antiga Twitter. Disney, Lionsgate e Paramount Global também disseram que vão suspender ou retirar totalmente a publicidade do X.

Entretanto, Elon Musk revelou que vai avançar com um "processo termonuclear" contra a Meddia Matters e restantes empresas que, diz, estão a "conspirar" contra a X.

"A X entrará com uma ação termonuclear contra a Media Matters e todos aqueles que conspiraram neste ataque fraudulento à nossa empresa”, escreveu o bilionário, numa publicação na rede social.

Em causa está uma resposta do empresário a uma publicação de um utilizador que afirmava que o povo judeu encorajava o “ódio contra os brancos”, e que Elon Musk apoiou, escrevendo que aquele utilizador estava a dizer "a verdade".

Após esta primeira resposta, o bilipnário acrescentou que a Liga Anti-Difamação (ADL, na sigla em inglês), uma associação que luta contra o antissemitismo, "ataca injustamente a maioria do Ocidente, apesar do facto de a maioria do Ocidente apoiar o povo judeu e Israel".

“Isto porque não podem, de acordo com os seus próprios princípios, criticar os grupos minoritários que representam a principal ameaça” ao povo judeu, justificou o empresário.

A ADL é uma organização não-governamental (ONG) que tem denunciado um aumento significativo da desinformação e dos insultos homofóbicos e racistas na rede social X, uma vez que as regras de moderação desta plataforma mudaram com a chegada de Elon Musk.

O dono das empresas Tesla e SpaceX já tinha atacado a ADL no início de setembro ao afirmar que o grupo era “responsável pela maior parte da perda de receitas” da rede social X.

Musk tem sido acusado de promover mensagens antissemitas na plataforma desde que a comprou no ano passado, e o conteúdo na X ganhou maior escrutínio desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.

A CEO da X, Linda Yaccarino, disse que o ponto de vista da X “sempre foi muito claro que a discriminação por parte de todos deve PARAR em todos os lugares”.

Yaccarino foi contratada por Musk para reconstruir os laços com os anunciantes que abandonaram a plataforma após assumir o controlo, preocupados por o seu alívio das restrições de conteúdos poder permitir que o discurso de ódio e tóxico subisse de tom, prejudicando as suas marcas.

A Comissão Europeia, entretanto, disse que vai suspender a publicidade nas redes sociais devido a um “aumento alarmante de desinformação e discurso de ódio” nas plataformas ao longo das últimas semanas.

O executivo da União Europeia adiantou que está a aconselhar os seus serviços a evitarem “publicidade nesta fase nas plataformas de redes sociais onde esse conteúdo está presente", acrescentando que o congelamento não afeta as suas contas oficiais no X.

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