Divididos no aeroporto, no IRC e no lítio. Unidos na ferrovia e no SNS: foi assim o debate Pedro Nuno Santos-Inês de Sousa Real

10 fev, 22:11

Não fica fechada a porta a um aliança pós-eleições entre o PS e o PAN. Tudo depende das "causas" de Sousa Real e dos limites de Pedro Nuno

De um lado Pedro Nuno Santos, do outro Inês de Sousa Real. Se o PS não tiver maioria absoluta, haveria margem para o PAN o apoiar? O que exigiria? A porta-voz do partido animalista é claro: o apoio depende daquilo “que estará disponível à força política em condições de fazer Governo para fazer avançar as nossas causas”.

Também Pedro Nuno Santos quis atirar cenários para depois de 10 de março. Contudo, lembrou ao PAN que só pode abanar a bandeira das medidas aprovadas à custa dos socialistas: "Só foram aprovadas porque o PS é Governo." Não deixou ainda de criticar a “ambiguidade” do partido em relação à direita, lembrando que há medidas do partido que o PS não pode acompanhar. “Somos centro-progressista”, realçou a adversária.

Um dos temas que dividiu PS e PAN foi a localização do novo aeroporto de Lisboa. Inês de Sousa Real insiste em Beja, onde há “subaproveitamento” da infraestrutura já existente. Pedro Nuno Santos quer Alcochete e é categórico: "Neste momento, verdadeiramente importante é decidir a localização. Andamos há décadas a arrastar os pés. Não temos de inventar. O que é que vamos estudar mais? Este país estudou 19 localizações!”

Para Sousa Real, o debate do aeroporto “não pode deixar a ferrovia para trás”. O rival de debate concordou. "Temos praticamente toda a nossa rede ferroviária em obra", reagiu, retirando os louros desses avanços.

O debate avançou para a suspensão dos negócios do lítio e do data center em Sines, sobre os quais recaem dúvidas do cumprimento das regras ambientais. Neste domínio, Pedro Nuno Santos não assumiu posição. Disse apenas que é preciso “respeitar o ambiente e a lei”. Já Inês de Sousa Real lembrou que o partido defendeu a suspensão no Parlamento – uma medida que o PS chumbou.

Veja quem ganhou o debate

Na etapa seguinte, o IRC marcou divisões. Inês de Sousa Real reiterou a intenção do partido em descer este imposto em 17%, com um “teto máximo que não abrange as grandes empresas" e majorações sobre a "responsabilidade social e ambiental". Para o rival, a verdadeira “redução do IRC transversal” consegue-se com outra proposta do PS: a redução das tributações autónomas nas despesas em viaturas. Defendeu que mexer no IRC teria um “impacto limitado” e lembrou que as empresas que investem em inovação já conseguem reduzir este imposto.

O final do debate foi dedicado ao SNS. Pedro Nuno Santos prometeu dar seguimento ao “caminho” que o PS começou a travar. Já Inês de Sousa Real diz que "é preciso ir mais longe", adotando uma "perspetiva preventiva" com recurso aos centros de saúde e médicos de família.

Foi assim o debate AO MINUTO

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