Trump vai ter de pagar 104 mil euros por recusar entregar documentos em caso de más práticas comerciais

11 mai 2022, 20:54
Donald Trump presente em West Point

Antigo presidente dos Estados Unidos terá ainda de cumprir outras ordens do Tribunal para que a multa não seja maior

Um juiz de Nova Iorque deliberou que Donald Trump vai ter de pagar uma multa no valor de 110 mil dólares (cerca de 104 mil euros). A decisão conhecida esta quarta-feira surge depois da suspensão de uma sentença de desordem civil que tinha sido movida contra o antigo presidente dos Estados Unidos, depois de este nunca ter apresentado materiais pedidos várias vezes por uma procuradora dos Estados Unidos que investiga alegadas más práticas comerciais.

O magistrado Arthur Engoron colocou várias condições que devem ser preenchidas até 20 de maio, caso contrário a queixa volta a estar de pé, podendo o valor subir, incluindo com retroativos. Entre as condições está a necessidade de Donald Trump prestar declarações, sob juramento, nas quais deve descrever a política de retenção e destruição de documentos da Trump Organization.

A empresa de Donald Trump é acusada de inflacionar o valor dos seus ativos com o intuito de defraudar os credores. O caso investiga a veracidade das declarações fiscais enviadas pela Trump Organization a credores, a seguradoras e ao fisco.

O inquérito foi iniciado já em 2019, com uma procuradora de Nova Iorque a referir indícios de que a Trump Organization utilizou avaliações “fraudulentas ou enganosas” de ativos, como campos de golfe ou arranha-céus, para obter empréstimos e benefícios fiscais.

No entanto, o juiz foi taxativo, virando-se para o advogado de Donald Trump para dizer que quer a multa paga: “Agora são 110 mil dólares”, referiu, apontando que o valor pode vir a subir caso um acordo não seja alcançado. De resto, esse valor tem subido em 10 mil dólares (perto de 9.500 euros) por dia desde abril e só parou na sexta-feira, quando os advogados do magnata norte-americano se comprometeram com um acordo.

O juiz acusou ainda Donald Trump de prestar declarações falsas durante uma audiência virtual na qual foram discutidos documentos relacionados com as propriedades da organização.

Uma das questões mais importantes do caso está relacionada com a forma como se comunicava nas empresas. Donald Trump garantiu que não comunicava de forma digital desde 2010, mas Arthur Engoron lembrou o passado de grande atividade do antigo presidente na rede social Twitter.

“Todos sabemos que ele usa comunicação eletrónica, 80 milhões de pessoas seguiam-no no Twitter”, afirmou.

A defesa argumenta que as declarações não se referiam a publicações nas redes sociais, alegando que os tweets não são relevantes para a investigação.

Uma das questões mais polémicas são os post-it. Donald Trump referiu que a comunicação era muitas vezes feita através daquele meio, mas o tribunal estranhou que nenhum documento desse tipo tenha sido apresentado.

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