Morreu André Jordan

ECO - Parceiro CNN Portugal , Ana Petronilho
9 fev, 13:23
Andre Jordan

Era conhecido como "pai do turismo português"

Morreu esta sexta-feira André Jordan, o empresário que é considerado o pai do turismo português, confirmou ao ECO fonte de Belém.

O empresário, que foi fundador, idealizador e promotor dos empreendimentos Quinta do Lago, Belas Clube de Campo, Vilamoura XXI, tinha 90 anos.

Andrzej Franciszek Spitzman Jordan, nasceu a 10 de setembro de 1933 em Lviv, na Ucrânia – cidade que à data era polaca e tinha o nome Lwów – no seio de uma família de judeus abastados, produtores de petróleo.

Cresceu no Brasil, onde a família procurou refúgio em 1940, em fuga das perseguições nazis na Europa, passou por Nova Iorque, onde, em 1968, após a morte de seu pai, tornou-se o diretor de desenvolvimento internacional da Levitt & Sons, que à data era o mais importante promotor imobiliário residencial nos Estados Unido.

Chegou a Portugal em 1971 para criar, no Algarve, a Quinta do Lago, o primeiro empreendimento de turismo residencial de luxo do país ligado ao golfe, que acabou por vender no final da década de 80.

“Ainda hoje quando vou à Quinta do Lago olho para aquilo e penso: Como é que eu fiz isto tudo sem dinheiro?” contou o empresário em 2017, em entrevista ao Diário de Notícias.

Nessa altura, André Jordan assumiu em Londres o cargo de Administrador Executivo da Bovis Abroad, empresa do Grupo Bovis dedicada a negócios imobiliários internacionais, com projetos em Espanha, Portugal e no Caribe, incluindo o famoso La Manga Club, no Sul de Espanha.

Mais tarde, em 1991, André Jordan criou um novo projeto na região de Lisboa, o Belas Clube de Campo, que foi palco de provas internacional de golfe e que, em 2019, foi alvo de um investimento de 500 milhões de euros por parte do André Jordan Group e do Oaktree Capital Management.

Em 1995, André Jordan comprou a Lusotur, proprietária do Vilamoura XXI, o maior complexo residencial e de lazer na Europa. Esta empresa foi vendida a investidores espanhóis Prasa, em 2006, por 360 milhões de euros, tendo vendido, posteriormente a Lusotur Golfes por 120 milhões de euros, segundo a Lusa citada pelo Público.

Quando lhe perguntavam qual dos três projetos era o seu preferido, André Jordan dizia que “nenhum”. Ao DN explicou que “a Quinta do Lago era uma tela em branco, um projeto de raiz num terreno virgem. Mas Vilamoura foi um grande desafio profissional porque já estava metade feita, degradada. Relançar um empreendimento, como conseguimos, e preparar a nova fase de Vilamoura foi um grande desafio. Mas nenhum é preferido. É o mesmo que perguntar qual é dos seus filhos o que gosta mais? Hoje sou casado com Belas. E este espírito de corpo, de amor pela obra que envolve todos os que trabalham num projeto de raiz que me comove muito”.

No total foram criados nove campos de golfe em Portugal por André Jordan, que na juventude foi jornalista e escreveu sete livros.

Com quatro filhos e nove netos, era Doutor Honoris Causa pelo ISCTE, Instituto Universitário de Lisboa, e pela Universidade do Algarve e estava envolvido em várias organizações. Foi vice-presidente da WTTC, sendo membro honorário nos últimos anos. Era fellow da Duke of Edinburgh International Award Association, tendo sido presidente da secção portuguesa, e durante 17 anos foi Cônsul Honorário do Brasil no Algarve.

Foi ainda fellow do Royal Institute of Chartered Surveyors. E desde 1999 que integrava o grupo de fundadores da Fundação de Serralves, instituição a cujo Conselho de Administração pertenceu até 2013. Foi o primeiro Presidente do Urban Land Institute – ULI (Portugal), cargo que exerceu entre 2001 e 2004.

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