Manuel Pinho foi revistado. “Ficaram com o telemóvel e com o iPad”, disse o advogado

14 dez 2021, 15:53
Leitura do acórdão no caso da morte de Ihor Homeniuk

O ex-ministro Manuel Pinho foi detido após o interrogatório desta terça-feira, no âmbito do caso EDP

Manuel Pinho foi revistado, esta terça-feira, já depois de detido, disse Ricardo Sá Fernandes, advogado do antigo ministro, à entrada do Campus de Justiça, em Lisboa.

Quando questionado o porquê da revista a que o antigo governante foi alvo, Sá Fernandes limitou-se a dizer que “o Ministério Público o entendeu fazê-lo". "Às vezes acontece”, acrescentou.

Sobre o facto de a revista poder, de algum modo, ter pesado ou pesar na decisão que vai ser tomada, o advogado afirmou apenas “não”. 

“A decisão de o trazer detido foi antes da revista, portanto, não foi a revista que determinou a detenção. Os mandados estavam feitos, vínhamos aqui para ser ouvidos de manhã, o doutor Manuel Pinho às 10:00 e a doutora Alexandra Pinho às 14:00”, esclareceu o advogado, lembrando que “era o que estava marcado desde o dia 4 de novembro”. 

Ainda relativamente à revista, o advogado não crê que esta revista possa ter sido um instrumento para justificar o perigo de fuga: “Não estou a ver o que uma coisa possa ter a ver com a outra. Ficaram com o telemóvel e com o iPad”.

Sobre o perigo de fuga e o facto de Manuel Pinho ter residência em Espanha, Sá Fernandes não quis comentar. “Não vou estar a discutir esse assunto”, frisou, dizendo aos jornalistas que essa era uma questão a ser colocada ao Ministério Público.

Quando questionado sobre as medidas de coação que possam estar em cima da mesa, Ricardo Sá Fernandes disse que ainda não ouviu “a promoção do Ministério Público”. “Só depois do interrogatório da doutora Alexandra Pinho é que o Ministério Público indicará quais são as medidas de coação que vai propor”, concluiu.

O ex-ministro Manuel Pinho foi detido esta terça-feira após o interrogatório desta terça-feira, no âmbito do caso EDP.

Manuel Pinho limitou-se a reproduzir declarações anteriores, disse o advogado

Manuel Pinho já prestou declarações, que consistiram em dar por reproduzidas as declarações que prestou em anteriores inquirições que tiveram lugar. Portanto, não deu declarações novas”, explicou o advogado aos jornalistas, acrescentando: “Entendeu não ser necessário produzir novas declarações, porque não há matéria nova. No essencial, a indiciação que foi apresentada hoje é igual à que já tinha sido apresentada em outros dias”.

Menos de uma hora depois de ter entrado no Tribunal de Instrução Criminal, Ricardo Sá Fernandes já estava de saída, adiantando também que “não há ainda promoção de medidas de coação” do antigo governante detido esta manhã quando compareceu para interrogatório no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

O advogado disse ainda aos jornalistas que tal só terá lugar depois do interrogatório da mulher do ex-ministro, Alexandra Pinho, que “poderá ser longo”, porque ainda não foi ouvida no âmbito deste processo.

Neste momento, Manuel Pinho não tem quanto a ele nenhuma preocupação. A única preocupação é relativa à mulher, que não tem nada a ver com os factos que são imputados”, adiantou.

Confrontado sobre os fundamentos que levaram hoje à detenção do antigo governante no âmbito do caso EDP, no qual foi constituído arguido já em 2017, Ricardo Sá Fernandes argumentou que se tratou de uma questão de “estratégia processual” por parte do Ministério Público (MP).

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