Manuel Pinho detido. Mulher do ex-ministro apresenta-se para interrogatório

Pedro Falardo | Vânia Ramos , Notícia atualizada às 15:30
14 dez 2021, 11:51

Advogado Ricardo Sá Fernandes acusa Carlos Alexandre e Ministério Público de "abuso de poder"

O ex-ministro Manuel Pinho foi detido após o interrogatório desta terça-feira, no âmbito do caso EDP. A informação foi avançada aos jornalistas pelo advogado Ricardo Sá Fernandes. O antigo governante será presente ao juiz de instrução criminal ainda esta terça-feira.

O Ministério Público terá baseado a decisão de emitir um mandado de detenção em nome de Manuel Pinho e da mulher com o facto de o casal ter residência em Alicante, Espanha. De acordo com o jornal Observador, as autoridades entendem que existe perigo de fuga.

Sá Fernandes salienta que os crimes imputados ao ex-ministro são basicamente os mesmos, "apenas mudando" o juiz de instrução.

"Desde 6 de dezembro que o titular do processo é o Dr. Carlos Alexandre, que é uma pessoa encantadora como se sabe, mas que tem uma perspetiva diferente das medidas de coação", afirmou.

Sá Fernandes acusa Carlos Alexandre de "abuso de poder" e lembra que Manuel Pinho compareceu em tribunal "todas as vezes em que foi chamado".

O advogado abordou, também, um mandado de detenção de que era alvo a mulher do ex-ministro, Alexandra Pinho. Mais tarde, o mesmo advogado informou os jornalistas que este mandado foi cancelado, uma vez que Alexandra Pinho se ia apresentar para interrogatório.

"Não foi detida porque não está aqui. Estava previsto vir às 14 horas e virá às 14 horas. Aqui ninguém foge, nem há motivos para suspeitar de tal".

 

Sá Fernandes lamentou a detenção, que considera que aconteceu porque o Ministério Público "entendeu que, mudando o juiz, tem condições para aplicar uma medida de coação que outro juiz não teria".

"A Justiça não pode funcionar assim. Acho que isto é uma situação de grave abuso de poder. O Ministério Público não pode escolher os juízes que servem melhor os seus propósitos", reafirmou o advogado, que considera que o dia de hoje é "um dia triste para a Justiça portuguesa".

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