Ludogorets: a sensação da Europa com os rivais na bancada

7 mar 2014, 00:06
Ludogorets

Crónicas Made in Portugal

O Maisfutebol desafiou os jogadores e treinadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:


Vitinha, Ludogorets Razgrad (Bulgária)


«Olá, caros amigos do Maisfutebol,

Cá estou com novas histórias e muitas emoções. Como devem imaginar, vou escrever sobre o grande sucesso na Liga Europa, com o Ludogorets a seguir em frente deixando pelo caminho a Lázio de Roma.

Depois de um triunfo surpreendente – para todos menos nós – no Estádio Olímpico de Roma (0-1), trabalhámos ao máximo para o jogo da segunda mão, que foi disputado em casa emprestada, em Sófia.

Sabíamos que aquele jogo podia marcar para sempre as nossas carreiras, como acabou felizmente por acontecer.

Fica uma pequena coincidência: quem foi o árbitro? Olegário Benquerença!

Como não fui convocado para este jogo, treinei durante a tarde com os outros jogadores na mesma situação, a tempo de ver o jogo em casa.

Chegou então a hora do jogo e o estádio estava praticamente lotado. Só se viam bandeiras búlgaras. Mas nem todos estavam a pelo Ludogorets. Foi incrível, mas a claque do Levski Sófia comprou bilhetes para o jogo e foi torcer pela nossa derrota!

A nossa equipa entrou um pouco relaxada e logo nos primeiros segundos do jogo sofreu um golo, para espanto de todos! Ficaram todos a olhar uns para os outros, a ver se o árbitro marcava alguma coisa, uma falta, um fora-de-jogo, qualquer coisa. Mas não, tinha sido legal e foi mesmo golo.

A Lazio chegou ao intervalo e vencer e logo no início da segunda parte fez o 0-2. Nessa altura, já ninguém parecia acreditar no Ludogorets. Porém, a equipa reagiu e chegou ao 1-2. Mais pressão e um momento de loucura no estádio: o 2-2!

Faltava tempo para o jogo acabar e, logo de seguida, Miroslav Klose marcou o terceiro para a Lázio. Foi ao minuto 83 e, nessa altura, estávamos novamente fora da Liga Europa.

Porém, o Ludogorets nunca desiste. O jogo estava intenso e, aos 88, surge o 3-3. O estádio veio abaixo! Loucura, emoção, lágrimas, estávamos perto! Surgiu o apito final e não há palavras para descrever aqueles sentimentos.

Como expliquei, estava em casa mas quando surgiram os golos até se ouviu fogo de artifício nas ruas. Foi uma festa tremenda.

Agora? Vamos enfrentar o Valência na próxima eliminatória e se Deus quiser lá estaremos para discutir os jogos. Já o escrevi em crónicas anteriores: o sonho comanda a vida!

Quanto a mim, estou na fase de incerteza sobre o futuro. Tenho mais três meses de contrato com o Ludogorets e começo a ficar ansioso para saber o que será da minha vida. O futebol é isto. Alegria, emoção mas também incerteza.

Nesta época fiz no total 10 jogos. Não sei o que vai acontecer até ao final mas estou aberto a propostas que possam surgir, até porque já sou livre para assinar por outro clube. Vou falar com o Ludogorets mas diria que nesta altura a saída é um cenário provável. A ver vamos!

Até breve,

Vitinha»

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