Covid-19: pandemia aumentou desigualdades entre clubes na Europa

11 nov 2020, 15:11
Estádio Capital do Móvel adaptado à covid-19 (fotos do Paços de Ferreira)

Estudo do Observatório do Futebol (CIES) também diz que aumentou a utilização de jogadores provenientes da formação

A pandemia da covid-19 agravou as desigualdades entre os clubes em toda a Europa e fez aumentar a utilização de jogadores vindos da formação, de acordo com um estudo publicado esta quarta-feira pelo Observatório do Futebol (CIES).

O documento, que engloba os 31 campeonatos europeus, incluindo o português, demonstra que a pandemia agravou a situação dos clubes financeiramente mais fracos, que «estão a lutar para sobreviver», enquanto os emblemas que investiram nas academias e na formação são aqueles que «têm mais possibilidade de ter sucesso» durante a pandemia.

«As equipas menores tiveram de reduzir as suas ambições ainda mais que as maiores. Para esses clubes, o futuro imediato é, mais do que nunca, de luta pela sobrevivência. Neste contexto, os clubes que construíram estruturas de treino e formação sólidos são aqueles que têm melhores condições para ter sucesso desportivo e financeiro», lê-se no estudo.

Por essa razão, em 2020, a utilização de jogadores com 19 anos ou menos atingiu os 4 por cento, um aumento de quase 1 por cento em relação ao ano anterior (3,2 por cento). Em Portugal, esse número subiu de 1,2 por cento para 1,5 por cento.

A pandemia fez também subir a percentagem de jogadores estreantes nos 31 campeonatos, passando de 4,1 por cento para 5,4 por cento em relação a 2019. Na Liga, esse valor subiu apenas 0,2 por cento (de 4,7 para 4,9).

Em termos de contratações, no total das 31 Ligas, esse valor desceu para 40,7 por cento (foi 43,2 em 2019 e 44,6 em 2018), número que também caiu em Portugal, de 53,4 por cento para 49,8 por cento.

Das cinco principais ligas europeias (Inglaterra, Espanha, França, Alemanha e Itália), só a Premier League registou uma pequena subida (0,6 por cento). As restantes contrataram menos.

A covid-19 também manteve mais jogadores a atuarem no seu próprio país, número que vinha a aumentar todos os anos de 2009, mas que em 2020 caiu 0,6 por cento para 41,2 por cento.

O estudo avaliou os dados de 12.088 jogadores de 479 equipas, incluindo 474 dos 18 emblemas que disputam a I Liga portuguesa.

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