Declarações feitas no tradicional almoço na Cervejaria Trindade, em Lisboa, naquele que é o último dia de campanha, onde reconheceu desentendimento com Pedro Nuno Santos à custa do novo aeroporto de Lisboa
António Costa defendeu esta sexta-feira que o país precisa “de um primeiro-ministro que decida”, indicou Pedro Nuno Santos como a pessoa certa para executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e acusou a direita de arriscar “um rombo nas contas públicas” para cumprir as suas promessas eleitorais.
Declarações feitas no tradicional almoço na Cervejaria Trindade, em Lisboa, onde o primeiro-ministro demissionário faz a sua terceira aparição na campanha de Pedro Nuno Santos.
Apelando à estabilidade, Costa argumentou que o país conseguiu “dobrar o Cabo das Tormentas” e que tem agora oportunidade de chegar “ao Cabo da Boa Esperança”.
Lembrando o impacto do PRR para o crescimento da economia, o ainda primeiro-ministro questionou se “vamos entregar a execução do PRR a quem desde a primeira hora não acreditou que fosse possível” e a quem “não mexeu uma palha” por ele.
“Só o Pedro Nuno Santos está em boas condições de executar o PRR”, apontou, explicando que o ex-ministro liderou “projetos e trabalhou para que muitas obras fossem realizadas”.
Discussão à custa do aeroporto
António Costa abordou ainda os atrasos na decisão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, para vincar diferenças face à AD.
Costa reconheceu que o país “já discutiu tanto que até o Pedro Nuno e eu discutimos entre nós”, numa referência ao despacho que teve de ser anulado e que quase ditou uma saída do agora candidato ao Governo.
“O PSD já foi avisando que, afinal, não está aqui para respeitar o parecer técnico”, lamentou.
Por isso deixou o aviso: “Não podemos perder mais tempo e precisamos de um primeiro-ministro que decida.”
Ataque nos salários
Para António Costa, “o país precisa mesmo do choque salarial de que fala Pedro Nuno Santos”.
Oportunidade para mais um ataque à direita. “Desde o tempo de Durão Barroso que o choque fiscal acaba sempre num enorme aumento de impostos.”
Para cumprir as suas promessas eleitorais, avisou Costa, Luís Montenegro arrisca um “rombo nas contas públicas.
“Este choque fiscal ou é uma mentira ou é um rombo nas contas públicas”, começou por dizer, para traçar depois as alternativas de aumentos de impostos ou de cortes em salários e pensões para compensá-lo.
“Melhor do que o PS, só mesmo o PS”, concluiu.