As mulheres fazem parte da "maioria invisível" que votou no PS em 2022 que Pedro Nuno Santos espera mobilizar. No Marco de Canaveses, Francisco Assis definiu o candidato como alguém "leal" mas que "nunca foi subserviente", com uma "voz incómoda"
O secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos deixou esta quinta-feira, o penúltimo dia de campanha, um apelo ao voto das mulheres no PS, reconhecendo que há "muito trabalho" para garantir a igualdade.
Num almoço-comício no Marco de Canaveses, Pedro Nuno Santos lembrou que neste dia se assinala o dia nacional de luto contra a violência doméstica.
“As mulheres não são uma nota de rodapé nos discursos do PS, não são acessório para as campanhas. São o centro da nossa intervenção política por respeito”, afirmou, numa resposta ao presidente do PSD, Luís Montenegro, que introduziu o discurso sobre as mulheres na véspera.
Pedro Nuno Santos já tinha vincado o papel das mulheres durante uma arruada e no discurso em Gondomar durante a manhã, incluindo-as na "maioria invisível" a quem pediu o voto no PS, depois da confiança depositada no partido em 2022. Tem feito este apelo às mulheres ao longo dos últimos dias, lembrando o seu papel no mundo do trabalho mas também no cuidado dos mais frágeis.
“A maioria esmagadora das mulheres cuida das nossas crianças, dos mais idosos e das pessoas com deficiência. É preciso valorizar as mulheres. Na hora de progredir na carreira, as mulheres ficam para trás e os homens seguem caminho. As mulheres não são um acessório no nosso discurso, nós não falamos porque um assessor nos disse que era para se falar”, declarou.
E reforçou: "Há muito caminho a fazer para as mulheres e com as mulheres em Portugal. No dia 10 de março também vamos votar a forma como vemos as mulheres em Portugal."
Assis: Pedro Nuno "nunca foi subserviente" e teve "voz incómoda no PS"
Francisco Assis, cabeça de lista pelo Porto, aproveitou o almoço-comício no Marco de Canaveses para elogiar os traços de personalidade de Pedro Nuno Santos, destacando a sua "frontalidade", "coragem", "determinação" e "decência".
"Foi sempre leal, mas nunca foi subserviente. Esteve sempre com o PS, mas por vezes a sua voz foi incómoda", lembrou Assis, uma das vozes mais críticas da geringonça de António Costa, onde o candidato era o principal mediador.
Francisco Assis disse esperar que esta seja a "primeira" de "muitas" campanhas que fazem em conjunto. E, apesar de reconhecer as dificuldades do secretário-geral do PS durante estas semanas no terreno, destacou um feito: "Conseguiu uma coisa que provavelmente mais ninguém conseguiria nas atuais circunstâncias: mobilizar o povo do PS e a esquerda democrática em Portugal."
Houve também margem para um ataque à Aliança Democrática: "Quem fez o discurso do medo foram os nossos adversários. Nós fizemos sempre o discurso de confiança, esperança, voltado para o futuro." No discurso, Assis toma o lema do clube de hóquei da terra para o PS: "Lutar sempre, desistir nunca."