Liga Europa: Benfica-Toulouse, 2-1 (crónica)

Rafael Vaz , Estádio da Luz, Lisboa
15 fev, 22:02

11 metros que escondem muita coisa

Não foi brilhante, longe disso, e foi até algo atribulado, mas o Benfica ganhou vantagem esta noite na eliminatória frente ao Toulouse, ao vencer no Estádio da Luz, por 2-1, em jogo da primeira mão do play-off da Liga Europa.

O hino da segunda competição europeia de clubes soa diferente do da Liga dos Campeões, naturalmente, e as maiores estrelas ficaram na Prova Milionária: ainda assim, pedia-se mais ao Benfica na primeira parte.

Roger Schmidt, um treinador fiel aos seus princípios

Roger Schmidt, fiel aos seus princípios, mudou muito pouco face ao que têm sido as suas escolhas: face ao empate em Guimarães, fez apenas regressar Arthur Cabral ao onze e apostou em Carreras no lado esquerdo da defesa: os sacrificados foram Bah e Morato – Aursnes foi lateral-direito.

Mas a continuidade dada pelo técnico encarnados, é justo dizê-lo, não surtiu grandes efeitos.

O Benfica foi dono e senhor do jogo durante a primeira, mas foi quase sempre um domínio passivo – só na reta final Rafa e João Mário dispuseram de reais oportunidades de golo.

FILME E FICHA DE JOGO.

Se defensivamente, apesar de Trubin ter tido pouco trabalho, a equipa nunca pareceu confortável em transição – o Toulouse foi sempre chegando com relativo perigo à área contrária –, ofensivamente faltou inspiração, sim, e muita energia.

Só Kökcü, principalmente através do último passe, foi capaz de agitar as águias, perante um coletivo que pareceu até algo adormecido e incapaz sequer de procurar o espaço para desbloquear a muralha defensiva do conjunto francês.

Bah e Neres acordam a águia... mas por pouco tempo

A primeira parte foi pobre e terminou sem golos, o início da etapa complementar não foi muito diferente. O Benfica continuou com os mesmos problemas e o Toulouse, com o passar do tempo, foi-se soltando cada vez mais.

E isso obrigou Roger Schmidt a mexer, já depois de o tribunal da Luz se ter começado a manifestar com alguns assobios – que aliás se prolongaram no momento das duas primeiras substituições: a saída de Carreras não agradou às bancadas, ao contrário da de João Mário.

Bah e David Neres foram os eleitos para irem a jogo, e a águia acordou. Sem surpresa, a dupla ofereceu outra dinâmica ao ataque encarnado, que chegou ao golo cerca de dez minutos depois, através de um penálti de Di María.

Mas este Benfica está longe de convencer, seja ofensivamente seja defensivamente. O Toulouse, a perder, pegou mais no jogo e abriu espaço na defesa. Isso deu outras oportunidades à formação de Schmidt de contra-atacar, mas também pôs a nu as debilidades defensivas da turma portuguesa.

Num lance que começou no lado esquerdo – Di María ficou a ver o adversário jogar –, o Toulouse chegou ao empate, por Desler, e pôs outra vez a Luz em chamas. Durou sete minutos a vantagem do Benfica.

O coração sobrepôs-se à razão, os últimos 15 minutos não trouxeram muita coisa de novo no relvado da Luz, mas ainda deu para a águia ganhar vantagem no último suspiro... outra vez de penálti, e outra vez por Di María – ao minuto 90+8.

Factualmente, o Benfica regressou às vitórias e ganhou vantagem nesta play-off da Liga Europa, mas há uma ideia que parece clara: estes 11 metros escondem muita coisa.

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